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Inteligência artificial: robôs já existiam na mitologia clássica

Seres que fazem tarefas humanas já existiam na mitologia clássica

Daniel Schneider Publicado em 01/09/2007, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
Aventuras na História - Arquivo Aventuras

A origem da palavra robot é recente. O escritor tcheco Karel Capek utilizou-a pela primeira vez em 1920, numa peça de teatro – mas atribui a invenção da palavra a seu irmão, o também escritor Josef Capek, que buscou origem no termo “robota” (“trabalho forçado”, em tcheco). Porém, a idéia de um ser artificial, humanóide ou não, que faça tarefas para o ser humano fascina as mentes de gênios há muito mais tempo. Já na mitologia clássica, o deus Hefesto criou serventes mecânicos inteligentes, que séculos depois inspiraram Homero a escrever sobre autômatos em sua Ilíada.

A história desses seres incríveis é contada em uma exposição em cartaz até setembro no Museu da Comunicação de Berlim, na Alemanha. Fotos, documentos, vários exemplares de robôs e também pinturas, revistas e filmes de ficção científica mostram a visão do ser humano sobre as máquinas em diferentes épocas. Consta que, na antiga China, um artesão chamado Yan Shi teria apresentado ao rei Mu Wang sua criação: uma figura mecânica com aparência humana que, segundo texto do século 3 a.C., podia cantar, caminhar e até paquerar mulheres. Em cerca de 350 a.C., na época de Platão, seu amigo Arquitas de Tarento, filósofo e matemático, criou um pássaro mecânico que, feito de madeira, voava propelido a vapor.

Os chineses contra-atacaram outra vez: por volta de 200 a.C. desenvolveram máquinas extremamente elaboradas para a época, como uma orquestra mecânica completa. E, no início da Idade Média, um alquimista islâmico conhecido como Geber incluiu num de seus livros receitas para a criação de cobras, escorpiões e até humanos artificiais. Mitologia ou pura imaginação de mentes férteis, esses casos tiveram importância. Foram eles que inspiraram cientistas a construírem robôs cada vez mais avançados.

Vida longa

Até Leonardo da Vinci já projetou robô

1495

Leonardo da Vinci projeta o primeiro robô humanóide documentado: um cavaleiro mecânico com corpo de armadura medieval aparentemente capaz de fazer vários movimentos similares aos humanos, como sentar-se, mover os braços, pescoço e maxilar. Para elaborar o robô, Da Vinci utilizou as mesmas pesquisas anatômicas que realizara para compor o famoso Homem Vitruviano. Não se sabe se o italiano chegou a construir o robô em sua época, mas hoje há exemplares baseados nos desenhos do mestre.

1737/38

Três máquinas criadas pelo francês Jacques de Vaucanson fizeram sucesso em seu país. A primeira tocava 12 músicas com uma pequena flauta e um tamborzinho. A segunda tocava uma flauta e um tambor maiores, com mais habilidade. Mas o mais importante e que lhe rendeu toda a fama foi a terceira: um pato mecânico capaz de bater asas, grasnar e, o mais impressionante, beber água, comer e até “digerir” a comida (com solventes) antes de defecar!

1938

A companhia americana Westinghouse cria Elektro, um robô humanóide de mais de 2 metros de altura e 120 quilos comandado a distância por humanos. Elektro era capaz de mover a cabeça e os braços, contar seus dedos, caminhar por comando de voz, falar (usando um tocador de discos de 78 RPM, com um vocabulário de 700 palavras), simular conversações, encher balões e até fumar (ser chaminé na época era chique). O robô tinha olhos e não era daltônico (sensores fotoelétricos diferenciavam luzes vermelhas de verdes).

1941/42

O escritor de ficção científica americano Isaac Asimov usa pela primeira vez a palavra robotics (robótica) e elabora as Três Leis da Robótica, às quais acrescentou uma quarta (lei zero) posteriormente:

0. Um robô não pode causar danos à humanidade (...);

1. Um robô não pode causar danos a um ser humano (...);

2. Um robô deve obedecer às ordens que lhe forem dadas por seres humanos (...);

3. Um robô deve proteger sua própria existência enquanto tal ação não conflitar com as leis anteriores.

1948/49

O neurofisiologista William Grey Walter cria um par de robôs que imitam comportamento observado em seres vivos. Conhecidas como “tartarugas”, por causa de sua forma e velocidade, desviavam de obstáculos e se “protegiam” em suas tocas, onde recarregavam as próprias baterias.

1961

O primeiro robô industrial, chamado Unimate (nome da empresa que o fabricou), é colocado para funcionar nos Estados Unidos. Ele foi instalado numa linha de montagem da General Motors. Sua função era empilhar peças, utilizando seu braço mecânico de quase 2 toneladas.

1977

O filme Guerra nas Estrelas apresenta dois robôs, C3PO e R2D2, que inspiraram pesquisadores. Hoje, empresas e centros de pesquisa, quase todos no Japão e na Coréia, investem milhões de dólares em pesquisas para criar robôs humanóides cada vez mais perfeitos, como Asimo (Honda) e Aibo e Qrio (cãozinho e humanóide da Sony), entre outros.