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Curiosidades / Tecnologia

Conheça o robô do século 18 que deu uma surra em Napoleão e Benjamin Franklin no xadrez

Por muitas décadas, tentou-se descobrir qual era milagre do Turco

Fábio Marton Publicado em 03/05/2019, às 14h00

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O enxadrista robótico que tapeou todo mundo - Reprodução
O enxadrista robótico que tapeou todo mundo - Reprodução

Numa noite de 1770, no palácio de Schönbrunn, em Viena, a corte austríaca se reuniu para assistir o engenheiro Wolfgang von Kempelen responder ao desafio que ele havia proposto a si mesmo no ano anterior. Após assistir a um grupo de ilusionistas se apresentar diante da imperatriz Maria Tereza, ele prometeu superá-los com a maior ilusão da História. 

E entregou: um autômato, o que em si não era novidade - máquinas assim existiam desde a Grécia antiga. Mas esse era diferente. Parecia capaz de pensar e jogar xadrez. Kempelen abriu as portas sob a mesa na qual ficava o tabuleiro, convidando todos a olharem através da máquina, mostrando que não havia nenhum operador nela. Então chamou os convivas a jogar uma partida.

O autômato / Crédito: Reprodução

O conde Ludwig von Cobenzl aceitou o desafio. Perdeu de lavada. Após deixar a corte boquiaberta, Kempelen desmontou o autômato e o guardou. Depois de 11 anos, meio a contragosto, levou o Turco para uma turnê pela Europa, na qual derrotaria até Benjamin Franklin, em Paris. O inventor morreu em 1804, e a máquina passou por vários outros donos e países, enfrentando ninguém menos que Napoleão em 1809. Acabaria nos EUA, destruída num incêndio, em 1854.

A máquina mais famosa de seu tempo foi denunciada por Edgar Allan Poe e muitos outros como uma fraude operada por um ser humano. Mas ninguém conseguia explicar como: não havia espaço entre as engrenagens, nem como enxergar o tabuleiro acima. O ilusionista francês Jean Eugène Robert-Houdin dizia que havia um polonês sem pernas na máquina. Outros favoritos dos detratores eram crianças e anões.

O segredo foi revelado pelo filho do último proprietário, o médico Silas Weir Mitchell. Um enxadrista particularmente talentoso, de tamanho regular, era escondido dentro da máquina, por meio de um sistema de portas falsas - um truque de mágica comum. Um assento móvel era usado para pular de uma parte para outra da mesa quando ela era aberta no começo da apresentação. Por um complexo sistema de cordas e polias, podia mover qualquer peça.