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Curiosidades / Idade Média

Como eram os primeiros testes de gravidez?

Até os anos 1960, médicos usavam anfíbios vivos para ver se havia bebê a bordo. Entretanto, já existiram outras técnicas

Fred Linardi Publicado em 15/11/2019, às 08h00

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Entenda porque o pobre animal era usado em testes de gravidez - Wikimedia Commons
Entenda porque o pobre animal era usado em testes de gravidez - Wikimedia Commons

Muitos métodos caseiros e imprecisos foram utilizados ao longo dos séculos para confirmar ou não uma suspeita de gravidez. A maioria desses procedimentos, porém, sempre teve uma prática em comum: o uso da urina para obter a resposta que mudaria para sempre a vida de uma mulher.

No Egito antigo, a possível futura mãe fazia xixi sobre sementes de trigo ou de cevada por dias seguidos. Se germinassem, era sinal de que estava à espera de um bebê. Era comum também os egípcios observarem a coloração da urina, procurando mudanças em seu visual. 

Na Europa da Idade Média a aparência do líquido era valorizada. Para tentar saber se uma mulher estava grávida ou não, uma amostra era colhida e misturada a vinho ou a outras bebidas alcoólicas para ver se os fluidos produziam reações químicas. Há registros do século 16 que descrevem colorações esverdeadas e esbranquiçadas da urina, interpretadas como indícios de uma provável gestação.

Foi apenas no fim do século 19 e início do 20 que começou-se a desvendar o caminho para detectar uma gravidez com mais precisão. Em 1904, o cientista inglês Ernest Starling identificou substâncias liberadas por glândulas que foram chamadas por ele de hormônios. Nos anos seguintes, essa descoberta fundamental levaria a novos testes. 

Por volta dos anos 1920, o hormônio HCG (gonadotrofina coriônica humana), presente na placenta e, consequentemente, no xixi, começou a ser usado como uma forma de reconhecer a gravidez. O hormônio fazia com que mamíferos como ratos e coelhos ovulassem. E isso podia ser usado como teste. O problema é que o único jeito de notar isso era matar e dissecar o animal. 

Em 1930, o médico britânico Lancelot Hogben notou que o efeito também acontecia com anfíbios - como as fêmeas botavam ovos, isso podia ser facilmente verificado, e não era preciso sacrificar o animal. 

Hogben começou pelo sapo comum (gênero Bufo), mas descobriu que a rã-de-unhas africana, Xenopus laevis — era mais rápida. O animal botava ovos poucas horas depois de receber uma injeção de urina de uma grávida.

Como as rãs são fáceis de criar, isso foi, usado como método de detecção de gravidez até a criação dos testes modernos. E tantas dessas rãs foram criadas que elas se tornaram uma espécie invasiva em vários países, como os EUA, Reino Unido e Canadá. 

Nas décadas seguintes, a presença do HCG começou a ser identificada em exames de laboratório. O teste de farmácia que conhecemos hoje, também baseado no HCG, só chegou ao mercado dos Estados Unidos nos anos 1970.


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