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Matérias / Religião

O mistério que envolve o Santo Sudário

Conheça a teoria que estuda a possibilidade do morto enrolado, que dizem ser Jesus Cristo, ter passado por diversos traumas antes da morte

Thiago Lincolins Publicado em 27/05/2019, às 00h00 - Atualizado às 09h00

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A face no sudário, tratada digitalmente para maior clareza - Reprodução
A face no sudário, tratada digitalmente para maior clareza - Reprodução

Em 2017, um grupo de cientistas liderado por Elvio Carlino, do Instituto de Cristalografia, em Bari, Itália, realizou uma análise micrográfica em resolução atômica no Sudário de Turim — ou Santo Sudário, a peça de tecido mais famosa e controversa do mundo. 

O resultado foi uma grande quantidade de nanopartículas de creatinina e ferritina. Um sinal alarmante: um alto nível de creatinina foi encontrado em casos em que as células dos músculos são destruídas em massa. De acordo com Carlino, as partículas registram um cenário de grande sofrimento, cuja vítima foi embalada no pano funerário. 

O polêmico Santo Sudário / Crédito: Wikimedia Commons

A pesquisa menciona como causa provável um politrauma, isto é, múltiplas feridas violentas. O que, eles apontam, é consistente com vítimas de tortura - como alguém que foi chicoteado e crucificado. 

É uma evidência em favor de sua autenticidade, mas não deve ser a palavra final numa polêmica que já dura quase sete séculos. Adquirido pelo cavaleiro francês Geoffroy de Charny numa peregrinação, foi exposta ao mundo em 1353. O Sudário foi doado à família Savóia, em 1453. Passou a ser exibido em capelas especialmente construídas e só seria oficialmente doado à Igreja em 1983. 

Já em 1390, numa das primeiras referências escritas ao sudário, um bispo afirmava que era uma fraude confessada por um artista. Em 1988, famosamente, uma datação de Carbono 14 foi realizada em três universidades diferentes e concluiu que sua origem era por volta de 1350 - exatamente quando foi adquirido e exposto pelo cavaleiro. A maioria dos cientistas ainda defende como válida essa datação. 

Praticamente todos os anos, novos estudos aproximam ou distanciam a ciência de reconhecer sua autenticidade - não como a do pano que envolveu exatamente Jesus, o que é impossível de provar. Mas, ao menos, como a de um pano que envolveu um homem morto em Jerusalém no século 1.

A Igreja em si jamais chegou a afirmar com todas as letras que ele é autêntico. A questão é tão complicada que até existe o nome para a disciplina de se estudar o Sudário, e só ele: sindonologia.