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Notícias / Brasil

Tabata Amaral defende judeus após apresentador sugerir liberação de partido nazista

O caso aconteceu durante um podcast, na última segunda-feira, 7

Redação Publicado em 08/02/2022, às 10h50 - Atualizado às 17h25

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Tabata Amaral - Divulgação/Youtube/ Flow Podcast
Tabata Amaral - Divulgação/Youtube/ Flow Podcast

Na noite da última segunda-feira, 7, o novo episódio do podcast ‘Flow’ foi alvo de polêmicas, quando o entrevistador Bruno Aiub, mais conhecido como Monark, defendeu a criação de um partido nazista no Brasil.

Na ocasião, a deputada federal Tabata Amaral do PSB foi uma das entrevistadas do programa e deu sua opinião sobre o assunto. As informações são do portal Forum.

“A esquerda radical tem muito mais espaço do que a direita radical. As duas tinham que ter espaço na minha opinião [...] Eu acho que tinha que ter um partido nazista reconhecido pela lei [...] as pessoas não têm o direito de serem idiotas?”, disse Monark.

Após a afirmação do apresentador, os ânimos esquentaram e Amaral se posicionou contra a fala do influenciador digital:

“Eu acho que não. Liberdade de expressão termina onde a sua expressão coloca a vida do outro em risco. O nazismo é contra a população judaica isso coloca uma população inteira em risco”, disse a deputada.

No entanto, o outro entrevistado, o deputado federal Kim Kataguiri (Podemos) disse ser contrário à criminalização do nazismo na Alemanha.

"Se o cara quiser ser um antijudeu, eu acho que ele devia ter o direito de ser", diz o apresentador, que é respondido por Amaral.

"Eu acho que não. Ser 'antivida' de outra pessoa?", pergunta Tabata Amaral.

Monark se pronuncia 

Após a polêmica nas redes sociais, o apresentador se pronunciou a respeito do episódio. Em um vídeo, de quase nove minutos, ele expressa que é contrário ao nazismo e vê isso como uma posição ‘criminosa, hedionda, nojenta’.

“O nazismo é algo abominável, é um pensamento ridículo, é algo que qualquer pessoa que pense ou tenha essas ideias é uma retardada mental. Na minha opinião, ela é idiota, completa imbecil, é uma pessoa que tem ser educada para que deixe de pensar dessa forma. A gente não pode mais aceitar hoje na nossa sociedade esse tipo de pensamento, criminoso, hediondo, nojento”, afirmou.

Porém, Monark defende o que disse sobre a legalização de um partido nazista, dizendo que é a favor de sua própria versão da liberdade de expressão. Na sua visão, todos deveriam poder dizer o que quiserem, pois assim é mais fácil identificar quem é ‘idiota’.

“Minha ideia de liberdade de expressão é que o cara fale que ele é idiota para que a gente possa saber quem é idiota e possa educar essa pessoa, ou, se for possível, se afastar dessa pessoa. E, se ela estiver cometendo algum crime, punir. É muito mais fácil descobrir quem ela é se a gente deixa ela falar”, posicionou-se.

Além de desculpar-se e retratar-se, afirmando que “estava bêbado ”, o youtuber criticou a suposta ‘cultura do cancelamento’, colocando-se acima das críticas nas redes sociais pois o programa é, em suas palavras, um dos únicos na atualidade que abre conversas com todos dos diversos espectros políticos.

"Essa cultura de cancelamento está um pouco absurda. Eu simplesmente não consigo mais ter conversas no meu programa. Vocês têm que entender que estou lá há quatro horas conversando com pessoas sobre os assuntos mais delicados e complexos que a gente pode falar na nossa sociedade", refletiu.

Em outra parte do vídeo, o apresentador pediu desculpa diante da repercussão nas redes sociais. 

“Galera, eu queria fazer esse vídeo só para pedir desculpa mesmo porque eu errei, a verdade é essa. Eu tava muito bêbado e fui defender uma ideia que acontece em outros lugares no mundo, mas fui defender essa ideia de um jeito muito burro e tava bêbado. Eu falei de uma forma muito insensível com a comunidade judaica. Porra, eu peço perdão pela minha insensibilidade”, explicou Monark em vídeo divulgado nas redes sociais.

Monark continua e pede compreensão.

“Mas peço um pouco de compreensão. São quatro horas de conversa e eu estava um pouco bêbado. Fui insensível, sim, fui insensível e errei na forma como eu me expressei. Dá a entender que eu tô defendendo coisas abomináveis, é uma merda, errei pra caralho. Peço compreensão de vocês e peço desculpas a toda comunidade judaica. Não queria ser insensível e não foi a minha intenção. Convido os representares dessa comunidade para vir conversar comigo e explicar em sobre toda a história. Obrigado”, disse ele.

O rastro do nazismo

Durante o Holocausto na Segunda Guerra Mundial (1939 -1941), estima-se que cerca de 5 a 6 milhões de judeus tenham sido mortos pelo regime nazista, sob a justificativa de uma supremacia da raça ariana.

Ao lado de outras mentes cruéis, Adolf Hitler foi o responsável pelo massacre de judeus, ciganos, homossexuais, testemunhas de Jeová e outras minorias durante a Segunda Guerra Mundial.

No Terceiro Reich, aqueles excluídos da ‘raça ariana’ eram enviados para campos de trabalho forçado e execução. Uma das vítimas brasileiras do regime é o senhor Andor Stern.

“Eu tive o privilégio de ter reposto tudo que eu perdi. A vida me compensou de verdade: me deu, por exemplo, uma família maravilhosa e a oportunidade de, ainda com a minha idade, ser lúcido. Eu não tenho muito do que reclamar da vida, ainda que tenha vivido o que eu presenciei”, disse ele em entrevista ao site Aventuras na História no ano passado.