Fotografai de esqueleto de parente distante dos crocodilos - Divulgação/ Gunma Museum of Natural History
Arqueologia

Antepassado dos crocodilos também conseguia respirar enquanto submerso

Essa adaptação pode ter sido responsável pela sobrevivência dessa ordem de répteis à extinção dos dinossauros, indica estudo

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 08/12/2021, às 20h01

Há 155 milhões de anos, a região hoje correspondente ao estado norte-americano de Wyoming era habitada por um parente distante dos crocodilos que, assim como acontece com seus primos modernos, era capaz de respirar enquanto sua boca estava submersa e escancarada por estar segurando alguma presa entre os dentes. 

Essa capacidade de deve não apenas ao formato do corpo desses répteis, contudo, que permite que suas narinas fiquem sob a superfície mesmo quando a maior parte de seu corpo está submerso, mas também à existência de válvulas internas que impedem a água que entra pela boca de chegar às vias respiratórias.

Vale mencionar aqui que um método comum usado pelos crocodilianos de hoje consiste em arrastar a presa para a água e afogá-la. Enquanto espera sua vítima perder a consciência, o predador é capaz de respirar sem inalar o líquido por conta de sua útil adaptação. O animal, contudo, também consegue respirar pela boca, algo que costuma fazer quando está em terra.  

Fotografia de crocodilo atual com boca aberta dentro da água / Crédito: Divulgação/ Instagram/ @paulnicklen

 

Conforme informações divulgadas pelo LiveScience, após a análise de um esqueleto completo da espécie que foi encontrado em 1993, cientistas encontraram evidências sugerindo que o Amphicotylus milesi provavelmente também possuía essas características anatômicas encontradas nos crocodilianos atuais.

A conclusão foi divulgada por um estudo publicado na revista científica Royal Society Open Science nesta quarta-feira, 8. 

"As características agora reconhecidas no Amphicotylus, permitindo uma estratégia de alimentação que os dinossauros não-pássaros não possuíam, podem ter contribuído para sua sobrevivência da extinção do Cretáceo — permanecendo e se alimentando na água", apontou Michael J. Ryan, co-autor do estudo, em entrevista ao LiveScience.
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