Alemães étnicos marcados com suásticas na Chescoslováquia - Domínio Público
Segunda Guerra

Na República Checa, alemães foram enviados a campos de extermínio

Ao final da Segunda Guerra, presidente checo resolveu pagar - brutalmente - na mesma moeda

Fábio Marton Publicado em 16/06/2019, às 10h00

Em outubro de 1938, o presidente da República Checa, Edvard Benes, se viu forçado a renunciar, diante da pressão alemã para que cedesse a região dos Sudetos. Ocupando uma grande faixa ao norte do país, era habitada por alemães desde a Idade Média. 

Ao saber das notícias do fim da guerra, Benes correu de volta para o país e assumiu novamente a cadeira. Ele tinha um plano: fazer com que os alemães pagassem na mesma moeda por suas atrocidades. Mesmo que suas famílias estivessem no país há 800 anos.

Alemães sendo expulsos da Checoslováquia / Crédito: Reprodução

 “Desde o momento da liberação, os checos pegaram a legislação nazista sobre os judeus e a aplicaram aos alemães”, afirma o historiador Victor Sebastyen. “Os alemães étnicos tiveram que usar um grande N (de nemec, alemão) pregado em suas roupas”. Também tiveram a propriedade confiscada e acesso bloqueado a parques e outros serviços públicos. Vilas alemãs centenárias foram incendiadas e seus habitantes pendurados em árvores. Civis eram queimados vivos nas ruas. A cidade de Brno, nos Sudetos, foi evacuada completamente. Sua população teve de marchar, a pé, até a fronteira com a Alemanha. 

Alemães mortos na Checoslováquia / Crédito: Reprodução

Em Terezin, durante a guerra, funcionava o “gueto modelo” alemão, usado para tapear a opinião pública estrangeira de que o tratamento dos judeus não era tão ruim assim. Lá os checos passaram a prender os alemães, em condições similares às dos campos de extermínio nazistas. Centenas chegavam de trem todos os dias, e não duravam muito tempo. 

No total, estima-se que 250 mil alemães foram massacrados pela operação de limpeza étnica checa, com os mais sortudos fugindo para a Alemanha ocidental. Dos mais de 3 milhões de alemães étnicos que viviam no país antes da invasão nazista, apenas 40 mil restam hoje. 

Segunda Guerra Mundial Alemanha guerra República Checa Terezin campo de extermínio Edvard Benes

Leia também

Pesquisadores recriam em 3D rosto de mulher neandertal de 75 mil anos atrás


Pesquisadores relacionam descobertas na Cidade de Davi a evento bíblico


Após 115 anos, navio que desapareceu com 14 tripulantes é identificado nos EUA


Zoológico da China pinta cães para simular pandas e revolta visitantes


Cresce a cada ano a "porta de entrada para o submundo" na Sibéria


Alexandre Nardoni consegue progressão para o regime aberto e será solto