As vítimas do Vesúvio - Wikimedia Commons
Civilizações

Pompeia: A vida antes da erupção do Vesúvio

Os romanos não faziam ideia do que um vulcão era capaz de fazer. Antes da tragédia, Pompeia era uma cidade próspera

Giba Stam Publicado em 11/04/2020, às 08h00

No século 1, prosperidade econômica, liberdade religiosa e uma profusão de opções de lazer e diversão faziam de Pompeia um dos locais mais agradáveis para se morar em todo o Império Romano. Suas terras férteis e clima temperado eram perfeitos para o plantio da uva, que movimentava a fabricação do vinho. A indústria de lã também era poderosa.

O porto às margens do Mediterrâneo estava sempre cheio: cargueiros partiam com trigo, vinho e objetos de bronze e prata, e pesqueiros chegavam carregados. Nos mercados e no comércio de rua podia-se encontrar utensílios domésticos, espelhos, louças, roupas e perfumes. Havia também profissionais disponíveis no que se chama hoje de setor de serviços: médicos, pintores, condutores de mula, músicos e professores.

No total, quase 12 mil homens e mulheres livres e 8 mil escravos estavam envolvidos em alguma atividade econômica. Com tanta gente assim, ganhando e gastando dinheiro, não podiam faltar os banqueiros, as figuras mais ricas e poderosas da cidade.
Para os momentos de folga, o esporte era uma das atividades preferidas. Na cidade havia dois ginásios onde era praticado lançamento de disco, salto a distância e luta livre.

Depois da malhação, homens e mulheres se revezavam nos salões de banhos: a sessão completa dava direito a água aquecida, sauna a vapor e duchas frias. Limpinhos e relaxados, eles seguiam para sessões de depilação (prática comum também entre os homens jovens) e massagem.

Crédito: Reprodução

 

Pompeia possuía uma vida cultural e tanto. Os mais pobres frequentavam o teatro a céu aberto, onde as sátiras, as comédias e as tragédias eram muito populares. Já a aristocracia preferia o ambiente fechado do odéon, que abrigava shows de música e recitais de poesia.

Porém, nada atraía tanta gente quanto os combates dos gladiadores, que lotavam o anfiteatro, com capacidade para receber toda a população da cidade. Era uma paixão perigosa. Em um dos jogos, em 59 a.C., uma briga pesada entre os hooligans locais e os visitantes de Nucéria, uma cidade das redondezas, fez o senado proibir os jogos em Pompeia por uma década.

E, claro, com tantas opções para a satisfação carnal, era necessário cuidar da alma. Em Pompeia predominava o sincretismo religioso e havia templos dedicados a deuses romanos, gregos e egípcios. Vênus, deusa do amor, era a mais homenageada, mas Mercúrio, deus do comércio, também estava presente em lojas e pousadas, muitas vezes ao lado da inscrição Lucrus gaudium, que, em latim, quer dizer "lucro é alegria".

Mesmo na hora de cultuar os deuses, os habitantes de Pompeia não deixavam de lado seus principais valores: amor, trabalho e boa vida.

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