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Por dentro da Blitzkrieg

Como funciona a tática de guerra com que os alemães assombraram o mundo

Fabiano Onça Publicado em 01/05/2007, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h35

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
Aventuras na História - Arquivo Aventuras

Todo mundo já ouviu falar na blitzkrieg, a “guerra-relâmpago” empreendida pelas tropas alemãs durante a Segunda Guerra. Na verdade, táticas de ataques-relâmpago começaram a ser empregadas já no fim da Primeira Guerra, quando os alemães desenvolveram técnicas de infiltração – baseadas na velocidade e na surpresa – e as utilizaram com sucesso tanto no front oriental, contra os russos, na tomada de Riga (Letônia), quanto no front ocidental, durante a ofensiva da primavera de 1918.

Ao fim do conflito, reduzidos pelo Tratado de Versalhes a um exército de não mais do que 100 mil homens, os alemães, sob a batuta do general Hans von Seeckt, conceberam seu exército como uma unidade voluntária, profissional e fortemente treinada nos princípios testados durante a Primeira Guerra. O desenvolvimento dos tanques, antes relegado a segundo plano, foi retomado com vigor pelos técnicos alemães. O resultado, duas décadas depois, é o que todos sabemos. Veja como a Alemanha assombrou o mundo.

Apoio coordenado entre aviação, artilharia, infantaria e blindados

Os ataques começavam com um bombardeio efetuado por Stukas, aos quais faziam coro peças de artilharia autopropulsada, como a Wespe 105 mm. Em seguida, colunas de blindados irrompiam sobre o ponto fraco da formação inimiga, enquanto a infantaria mecanizada seguia atrás para evitar ataques pelos flancos

Destruição da infra-estrutura pela aviação

A aviação, além de sua participação no desfecho tático da linha de frente, atuava de outra maneira – atingindo os centros de comunicações, pontes, fábricas, colunas de blindados e outros alvos estratégicos. O objetivo era comprometer qualquer tentativa de contra-ataque e reação organizada do inimigo

Tropas especiais

Muitas vezes, os alemães serviram-se de unidades secretas especiais. O objetivo era, por meio de ações de sabotagem, neutralizar ou bagunçar a comunicação inimiga. Uma das ações mais espetaculares foi a tomada do forte de Eben Emael, na Bélgica, em 1940. Utilizando planadores, um grupo de 85 pára-quedistas alemães tomou o topo do forte, inutilizou as baterias de canhões e terminou por render uma guarnição de mais de 2 mil homens

Evitando pontos de fricção e atrito

Diante de posições altamente fortificadas, ataques frontais seriam dispendiosos e traziam pouco resultado. Os alemães usavam então a arte da manobra. As tropas blindadas contornavam o objetivo, penetrando em profundidade. A infantaria mecanizada posteriormente completava o cerco, isolando a posição defensiva num “bolsão”

Estrutura de comando descentralizada

Para atender a uma guerra-relâmpago, os alemães tiveram de optar por uma estrutura de comando descentralizada, que desse às unidades de frente mais autonomia para decidir o que fazer, em vez de, burocraticamente, encaminhar a questão a outros níveis hierárquicos superiores. Dentro dessa concepção, cunhada de Auftragstaktik, o importante era alcançar as metas – não importando tanto a maneira como isso era alcançado

Isolando o inimigo

Ao isolar o inimigo, os alemães negavam aos adversários a chance de se comunicar com o exterior. Também cortavam seus suprimentos e munição. Isso geralmente deixava as tropas inimigas apreensivas, com o moral em queda. Dessa forma, posições antes inexpugnáveis tornavam-se, pelas circunstâncias, alvos fáceis

No campo inimigo

Longas colunas de blindados tinham como objetivo romper as defesas inimigas e continuar a marcha, como uma flecha. Ao fazer isso, os alemães ameaçavam as tropas inimigas com flanqueamento, o que muitas vezes bastava para que divisões inteiras cedessem a posição antes mesmo de combater – caso do recuo inglês em Dunquerque. Além disso, ao adentrar em território inimigo, os alemães passavam a ameaçar cidades que antes estavam longe do front