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Alimentação já foi questão social

Na Europa medieval, a divisão de classes restringia até o tipo de comida. Aos camponeses, nada de carne: restavam apenas os produtos do solo, como vegetais e frutas

01/12/2007 00h00 Publicado em 01/12/2007, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
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Inspiração bárbara

Foram os povos germânicos invasores, chamados de bárbaros pelos europeus, que inspiraram os hábitos dos nobres à mesa. Eles introduziram o gosto pela caça, hábito que era desprezado pelos antigos romanos. Para evitar que as camadas mais pobres servissem em suas mesas alimentos como cervos e porcos selvagens, os ricos dominavam as florestas com seus exércitos particulares de caçadores. A classe mais privilegiada da sociedade medieval possuía costumes “selvagens”, como os de comer porções gigantescas de animais grelhados, temperados com especiarias e condimentos. Comer para eles não era apenas uma forma de saciar a fome – era também um jeito de mostrar sua superioridade.

Comer até cair

Não era só de carne que viviam os nobres medievais. Eles também apreciavam queijos e ovos. E sempre em excesso. Os banquetes da época são exemplos disso. Nas grandes festas, serviam-se cerca de 15 pratos diferentes: primeiro sopas e depois vários pratos de assados e grelhados. No meio disso tudo, quitutes. A aparência da comida importava mais que seu gosto. Por isso, os cozinheiros adoravam usar condimentos que tingissem seus pratos. Salsa, por exemplo, os deixava verdes. E tudo era motivo para uma orgia gastronômica: datas comemorativas cristãs, festas familiares, acordos políticos, alianças entre reinos, celebração da paz... Reunir à mesa era um ato de reafirmação da lealdade entre os nobres.

Pão e vinho para todos

Os mais pobres não contavam com carne de caça em suas mesas nem com uma grande variedade de pratos. Mas tinham uma alimentação bastante saudável: comiam legumes, verduras, frutas e peixes. Assim, apresentavam bom desenvolvimento corporal – tinham, em média, 1,73 metro de altura entre os séculos 5 e 10, quase tão altos quanto os europeus de hoje. De comum, camponeses (90% da população) e nobreza tinham o pão e o vinho, alimentos de consumo diário. Só que, claro, o pão dos nobres era feito de uma variedade melhor de grãos, assim como o vinho deles, para o qual eram reservadas as melhores uvas. Na região onde hoje é a Alemanha, o vinho tinha um rival: a cerveja, uma bebida densa e doce.