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Bush, o dono do Golfo

George Bush liderou os EUA na vitória contra o iraque. Conheça seus principais auxiliares, o maquinário do exército e os números do conflito

01/01/2006 00h00 Publicado em 01/01/2006, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
Aventuras na História - Arquivo Aventuras

Eles comandaram as operações

1. Veterano da Guerra do Vietnã, o general Norman Schwartzkopf foi o líder do Comando Central das Forças Aliadas no golfo Pérsico e o autor da campanha Tempestade no Deserto. Ao lado de Collin Powell, controlava a informação e virou uma celebridade por causa dos relatórios diários que fazia para as equipes de TV. Seu temperamento difícil também ganhou fama e combinava com o apelido que tinha entre os militares devido a seu tamanho: Urso.

2. Logo abaixo de Schwartzkopf no Comando Central do exército ame-ricano, estava o tenente-general Calvin Waller. Ele era o único entre os oficiais que sabia controlar o temperamento forte do chefe em discussões sobre o rumo da guerra. Seu único erro foi declarar, numa entrevista coletiva na Arábia Saudita, em dezembro de 1990, que o exército não estaria pronto para enfrentar os iraquianos antes de fevereiro de 1991, contradizendo um pronunciamento do presidente George Bush. A declaração foi criticada pelos auxiliares do presidente. Até que Dick Cheney resolveu a saia-justa, afirmando que a intenção de Waller era confundir o inimigo.

3. O coronel John A. Warden III arquitetou a operação Trovão Instantâneo, uma campanha aérea da Tempestade no Deserto sobre a capital iraquiana. Warden acreditava que o ataque estratégico a alvos da inteligência iraquiana, em Bagdá, era mais importante que destruir de uma vez o inimigo. Os americanos usaram as duas táticas para vencer a guerra.

4. O chefe do estado-maior da Força Aérea foi o general Merrill McPeak na Operação Tempestade no Deserto. Ele entrou no lugar do general Michael Dugan, que perdeu o posto ao falar que o alvo principal da guerra era Saddam Hussein.

5. O general Thomas W. Kelly foi o diretor de operações da Tempestade no Deserto. No fim da guerra, ele fez piada diante da TV: “O Iraque passou de quarto maior exército do mundo para segundo maior exército no Iraque em 100 horas”.

O que os líderes disseram sobre a Guerra

George Bush, após o cessar-fogo: “Se alguém disser que os dias dourados da América ficaram para trás, essa pessoa está olhando para a direção errada”.

Mikhail Gorbachov, presidente da União Soviética, tentou costurar um acordo de paz entre o Iraque e os Estados Unidos, mas não foi bem-sucedido: “Eu disse para o presidente Bush na ocasião: ’Você sabe, George, que devia pensar não sobre como entrar nesta guerra, mas como sair dela sem irritar o mundo árabe’”.

Coronel David Deptula, um dos militares americanos responsáveis pela seleção de alvos estratégicos da Coalizão: “As primeiras 24 horas consistiram de mais ataques que o total de 1942 e 1943, durante a ofensiva aliada”.

Colin Powell, depois da invasão iraquiana, quando os EUA começaram a se preparar para a guerra: “O mais importante agora é botar uma bandeira americana no deserto. Nossa estratégia para derrotar o exército iraquiano é muito simples. Primeiro, nós vamos cortá-lo em pedaços e depois nós vamos matá-lo”.

Tariq Aziz, ministro de relações exteriores do Iraque: “Nós começamos a notar que havia uma conspiração contra o Iraque, uma deliberada conspiração do Kuwait, organizada e inventada pelos Estados Unidos”.

Saddam Hussein, semanas depois de invadir o Kuwait: “Os Estados Unidos confiam na força aérea, mas a força aérea nunca foi um fator decisivo na história das guerras. Nós não estamos intimidados pelo tamanho dos exércitos ou o tipo de equipamento que os americanos estão trazendo”.

As armas dos iraquianos

Desde que Saddam Hussein subiu ao poder, em 1979, o Iraque entrou em guerras externas e internas. Depois de 8 anos lutando contra o Irã, era preciso reconstruir cidades. Os gastos com a recuperação do país poderiam chegar a US$ 230 bilhões. Ambicioso, o ditador achou que dominar o Oriente Médio seria a solução ideal.

O Iraque foi para a Guerra do Golfo municiado por armamento antigo, de origem soviética. Durante duas décadas, o país governado por Saddam e a URSS tiveram boas relações. Os soviéticos treinaram o exército iraquiano e forneceram bilhões de dólares em armamentos. Os tanques T-72, os caças MiG-29 e os mísseis Scud tinham sido comprados dos soviéticos. Na Guerra do Golfo, os iraquianos usaram quatro tipos desse míssil, que sofreram modificações no tanque de combustível para realizar performances bem mais eficientes. E foram apelidados, pelo ditador, de Al-Hussein. Exatamente 40 Scuds foram lançados contra Israel e outros 46 contra a Arábia Saudita durante a guerra.

Não havia armamento apenas soviético. Dos franceses, os iraquianos compraram e usaram os caças Mirage F-1. Eles também tinham material bélico chinês e até brasileiro, fornecido para o exército de Saddam durante a Guerra Irã-Iraque, na década de 1980. No mesmo período, até os Estados Unidos, que eram contra o regime dos aiatolás no Irã, transmitiram seu conhecimento sobre armas nucleares ao Iraque. A Inglaterra também vendeu cilindros para o enriquecimento de urânio. Por isso, acreditava-se que o Iraque poderia usar armas de destruição em massa. O que não aconteceu.

Máquinas de guerra da operação no deserto

O caça F-117 Stealth Fighter Bomber não aparecia nos radares graças a uma tinta especial usada na fuselagem, feita de camadas de urânio. Nenhum deles foi abatido. O caça atacou Bagdá à noite e em combates no deserto.

O míssil Tomahawk era uma das “armas inteligentes” (ou “de precisão cirúrgica”) usadas pelos países da Coalizão no bombardeio a alvos iraquianos. Lançado de navio e submarino, ele erraria o alvo por, no máximo, 3 m, segundo o governo americano. Chegava a alcançar 1 104 km, à velocidade de 880 km/h. Foi usado durante o dia em ataques contra Bagdá. Arrasou centros militares e, ainda que “inteligente”, matou milhares de civis iraquianos.

Para destruir os mísseis Scud, arma que o Iraque usou nos ataques a Israel, as forças da Coalizão tinham o míssil Patriot, projetado inicialmente para derrubar aviões. A versão usada na Guerra do Golfo seguia o percurso de um míssil e provocava sua destruição.

O helicóptero Apache lançava o míssil Hellfire para destruir os tanques blindados iraquianos. Era tão eficaz de dia como à noite porque tinha uma câmera de visão noturna. Atacava tanques à distância de 4 km com um sistema de imagem térmica que permitia que o piloto avistasse o alvo em meio à poeira do deserto. O Apache ainda é o principal helicóptero do exército americano.

A Guerra em números

88 500 toneladas de munição foram usadas pelas Forças Aliadas

62 aviões das Forças Aliadas acabaram sendo abatidos (50 dos EUA e 12 dos demais)

13 mil foi o número de bombardeios sobre o Iraque

4 mil tanques americanos desembarcarm no golfo

1 800 aeronaves americanas foram usadas na guerra

30 mil civis kuwaitianos morreram

5 mil civis iraquianos morreram

100 mil soldados iraquianos morreram

300 mil soldados iraquianos ficaram feridos

150 mil soldados iraquianos desertaram

71 204 prisioneiros de guerra iraquianos foram entregues ao controle da Arábia Saudita

40 mísseis Scud foram disparados contra Israel

117 aviões iraquianos foram destruídos, de um total de 665

4 280 era o número de tanques que o exército iraquiano usou

61 bilhões de dólares foi o custo total da guerra para os 33 países que formavam a Coalizão

27 243 soldados americanos ganharam a medalha Estrela de Bronze, que representa a “proeza heróica contra o inimigo”

600 mil era o total de militares do exército da Coalizão: 43 mil eram britânicos, 18 mil franceses, 40 mil dos Emirados Árabes e 118 mil sauditas

168 tanques do Reino Unido entraram em combate no deserto do Kuwait e da Arábia Saudita

550 tanques foram cedidos pela Arábia Saudita

80 aviões e 200 tanques dos Emirados Árabes também entraram em combate no golfo