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Documentário Hércules 56: Toma lá, dá cá

Hércules 56 mostra o destino dos envolvidos em ação da guerrilha de esquerda em 1969

Rodrigo Cavalcante Publicado em 01/06/2007, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
Aventuras na História - Arquivo Aventuras

Hércules 56 é o prefixo do avião da Força Aérea Brasileira que, na semana da Pátria de setembro de 1969, levou 15 prisioneiros que faziam oposição à ditadura militar à Cidade do México em troca da liberação do embaixador americano Charles Burke Elbrick. O diplomata tinha sido seqüestrado por guerrilheiros da Aliança Nacional Libertadora (ALN) e do Movimento Revolucionário 8 de Outubro, o MR-8. Desde que o filme de Bruno Barreto O Que é Isso, Companheiro?, baseado na obra homônima de Fernando Gabeira, transformou o episódio em uma espécie de thriller juvenil, ele merecia, sem dúvida, um tom mais documental.

Para tanto, o diretor Silvio Da-Rin montou seu filme, Hércules 56, que estrearia em 11 de maio nos cinemas, com base em dois planos. O primeiro é um bate-papo de ex-membros da ALN e do MR-8 sobre motivos e disputas internas – e alguns detalhes da operação que sequer eram conhecidos por todos os participantes até o momento da conversa. O segundo é o depoimento dos presos libertados, dos quais apenas nove estão vivos.

Esses relatos, entremeados por imagens inéditas do desembarque no México, captam não só a tensão do episódio – os 15 temiam ser jogados no oceano em pleno vôo – como a falta de unidade entre os presos, que não se conheciam, na maioria dos casos, e cujas tentativas de formarem uma frente de luta armada com base em Cuba seria frustrada nos anos seguintes.

O documentário também tem o mérito de responder às perguntas que ficaram no ar por um bom tempo. Uma delas é a confissão dos organizadores de que, apesar do relacionamento cordial com o embaixador, ele deveria ser executado caso os generais não cedessem. A outra é o reconhecimento de que o sucesso da operação tornou-se, na verdade, um fracasso: após cederem aos guerrilheiros, a resposta dos militares veio com o endurecimento dos anos Médici, quando os grupos de oposição foram tratados como terroristas.

Outra curiosidade é o fim que levaram os protagonistas. Enquanto uns se tornaram historiadores e músicos, outros, como o ex-chefe da Casa Civil de Lula, José Dirceu, e o jornalista Franklin Martins, ministro da Comunicação, decolaram para o primeiro escalão do poder.