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Escravidão no Brasil

Escravidão no Brasil

Tâmis Parron Publicado em 01/05/2006, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
Aventuras na História - Arquivo Aventuras

Até 1872, valia ao pé da letra o verso de Aldir Blanc: “O Brasil não conhece o Brasil”. Cinqüenta anos depois da independência, nenhum censo tinha ainda calculado toda a população do país – embora o levantamento populacional já estivesse sendo cogitado desde 1822 e países como os Estados Unidos já possuíssem um no século 18. O motivo para tanta demora? O tráfico ilegal de escravos.

O comércio havia sido legalmente proibido no Brasil em 1830, mas, mesmo assim, introduziria cerca de 500 mil cativos no país durante as duas décadas seguintes. E qualquer levantamento estatístico mostraria ao mundo que o Império era, na verdade, uma máquina ilegal devoradora de africanos.

O sistema escravista brasileiro atingiu seu auge no fim do contrabando, em 1850, quando devia contar com quase 2 milhões de cativos. Mas os números exatos só foram colhidos após a aprovação, em 1871, da Lei do Ventre Livre. Já era tempo de o governo conhecer não apenas toda a sua população, mas também os números sobre os futuros cidadãos que, por mais de três séculos, só tinham sido contados como dinheiro e mercadoria. São esses números os apresentados aqui.

(1) Fonte: História da Vida Privada no Brasil. Império: a corte e a modernidade nacional, org. Luiz Felipe de Alencastro, Companhia das Letras, 1997, Apêndice

(2) Fonte: A vida dos escravos no Rio de Janeiro, 1808-1850, Mary Karasch, Companhia das Letras, 2000

(3) Fonte: Os Recenseamentos Gerais do Brasil no Século XIX: 1872 e 1890, cebrap

(5) fonte: A escravidão na África – uma história de suas transformações, Paul Lovejoy, Civilização Brasileira, 2002

Matemática sinistra

O auge da escravidãofoi em 1850, mas o censosó saiu 22 anos depois

Rio de janeiro em 1850(2)

Escravos: 110 mil (39,8%)

Livres: 166 mil (60,2%)

Em 1850, quando o tráfico negreiro foi realmente banido, a maior capital da América Latina abrigava 110 mil escravos – assim, o Rio de Janeiro concentrava o mais numeroso contingente de cativos no mundo desde a queda do Império Romano.

População do país(1)

Escravos: 1 509 339 (13%)

Livres: 8 413 914 (87%)

Nas comarcas(3)

Vassouras (RJ)

43 664 escravos (53,7%)

37 720 livres (46,3%)

Cabo Frio (RJ)

30 491 escravos (48,7%)

32 186 livres (51,3%)

Rio Pomba (MG)

41 896 escravos (47,7%)

45 950 livres (52,3%)

Magé (RJ)

17 107 escravos (45,7%)

20 354 livres (54,3%)

Mos municípios(3)

Rio de Janeiro: Valença (Vassouras)

23 496 escravos (55,7%)

18 635 livres (44,3%)

Piraí (comarca de Resende)

13 473 escravos (53%)

11 933 livres (47%)

Vassouras (Vassouras)

20 168 escravos (51,3%)

19 085 livres (48,7%)

São Paulo: Bananal (Bananal)

8 281 escravos (53,1%)

7 325 livres (46,9%)

Campinas (Campinas)

13 683 escravos (43,6%)

17 712 livres (56,4%)

Minas Gerais: Juiz de Fora (Rio Pomba)

15 253 escravos (40%)

26 633 livres (60%)

Mar de Espanha (Rio Pomba)

12 658 escravos (39,2%)

19 631 livres (60,8%)

Volume do tráfico do século 16 ao 19(5)

1) Brasil: 35%

2) Império Espanhol: 21,6%

3) Caribe britânico: 17,1%

4) Caribe francês: 12,6%

5) América inglesa e EUA: 4,5%

6) Caribe holandês: 4,5%

7) Europa: 1,8%

8) Outros: 2,65%

Total: 11 080 000