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Eua e o federalismo: Tamanho não é documento

Como O Federalista ajudou na aprovação da Constituição americana

Fabio Peixoto Publicado em 01/11/2006, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
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Hoje em dia, falar numa república governada por um presidente parece algo absolutamente normal. Mas no fim do século 18 não era. Por causa de novidades como essa, a Constituição americana, escrita em 1787, enfrentou um duro debate antes de ser aprovada pelas 13 ex-colônias inglesas que então formavam os Estados Unidos da América.

Depois de ajudar a escrever a Constituição, Alexander Hamilton e James Madison (que virou presidente em 1809) se empenharam em defendê-la. Com o auxílio de John Jay, publicaram 85 artigos no Independent Journal de Nova York, entre 1787 e 1788. Reunidos, os textos foram chamados de O Federalista e explicam como deveria funcionar cada parte do Estado. São uma obra-prima da teoria política e uma lição de retórica.

A Constituição americana propunha diminuir a autonomia dos estados, criando um forte governo federal, encabeçado por um presidente eleito. Um absurdo, diziam os críticos. Afinal, os Estados Unidos eram extensos demais para serem administrados como uma só república. Naquela época, todas as grandes nações eram monarquias, e desde a Antiguidade acreditava-se que o governo republicano só servia para lugares pequenos.

Em países grandes, o principal obstáculo contra a república seria a diversidade de facções políticas, que tornaria o consenso impossível. Segundo O Federalista, o medo não se justificava: nenhuma dessas facções seria capaz de ganhar sozinha as eleições nacionais. Para chegar ao poder, elas teriam que se unir em torno de interesses gerais – ou seja, seriam obrigadas a buscar o bem comum.

Influenciados por O Federalista, os nova-iorquinos aprovaram a Constituição em 1788. Em 1790, todos os estados haviam feito o mesmo. Desde então, os Estados Unidos cresceram muito, mas seu tamanho nunca foi problema. As grandes repúblicas viraram um modelo de sucesso, seguido por diversos países. E a Constituição americana, quase inalterada, continua dando razão a Hamilton, Madison e Jay: é a mais antiga em vigor no mundo.