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Fotos de São Paulo: Para alemão ver

Fotos da São Paulo do começo do século 20 serviram de propaganda para a migração.

Giovana Sanchez Publicado em 01/08/2007, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
Aventuras na História - Arquivo Aventuras

Quem vê hoje as fotografias de São Paulo tiradas pelo alemão Werner Haberkorn nas décadas de 30 e 40 se impressiona pela paisagem arborizada e limpa da cidade ainda em desenvolvimento. Mas há algo mais importante por trás delas. Essas imagens convenceram muitos alemães a emigrarem para o Brasil, antes da Segunda Guerra.

Werner se apaixonou por São Paulo logo em sua primeira visita, em 1936. Achou a cidade um ótimo refúgio para uma Europa em clima de guerra, um lugar de oportunidades onde seria possível construir uma vida nova. Voltou para Mislowitz, na Alemanha, onde morava, e começou a fazer palestras sobre essa descoberta para seus conterrâneos. Queria convencer vizinhos, parentes e amigos a se mudarem para cá. “Ele mostrava as fotos e dizia que o Brasil era um lugar ensolarado, bonito, de progresso”, conta seu filho Ernesto Haberkorn, hoje com 64 anos.

O trabalho do senhor Werner foi tão eficiente que muitas famílias alemãs seguiram com ele para São Paulo, em 1937. E suas fotografias viraram um negócio sólido no novo país. Instalado no centro da cidade com a esposa, ele abriu a Fotolabor, um dos primeiros laboratórios de fotografia de São Paulo. Lá, fazia imagens panorâmicas de São Paulo, cartões-postais e fotos para catálogos de empresas. O alemão, que não saía de casa sem a câmera, era especialista em imagens feitas de cima, do lugar mais alto que encontrasse. “Um dia eu estava trabalhando na loja e um cliente ligou dizendo que não se responsabilizaria por meu pai, que queria subir numa caixa-d’água, aos 85 anos, para fazer as fotos de uma fábrica”, diz Ernesto.

Hoje, dez anos após a morte de Werner Haberkorn, muitas dessas fotos estão expostas no Museu do Ipiranga, no Museu de Arte de São Paulo e no Centro Cultural Itaú, todos em São Paulo. Algumas das 300 obras do acervo pessoal do alemão também podem ser vistas no Espaço Cultural Werner Haberkorn, fundado por seu filho, no bairro de Santana. As imagens são renovadas a cada 90 dias.