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Guantánamo: tem McDonald¿s em Cuba

Base militar americana de Guantánamo é a mais antiga fora do país

Juliana Parente Publicado em 01/08/2006, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
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Fast food de um lado e suspeita de tortura de outro. Assim é o dia-a-dia da base militar de Guantánamo, localizada a 400 quilômetros de Havana, em Cuba, e alugada pelos Estados Unidos desde 1903. Os adidos militares que servem na baía têm à disposição lanchonetes do McDonald’s, KFC, Subway e Pizza Hut – tudo isso num país que, após a revolução de 1959, passou a sofrer bloqueio econômico americano. Mas também enfrentam acusações de maus-tratos, aumentadas recentemente com o anúncio do suicídio de três prisioneiros.

A base naval americana de Guantánamo é a mais antiga estabelecida fora do país. O território foi arrendado para a instalação de uma usina de carvão e como base de treinamento da frota aérea americana. A importância estratégica do local – que liga o oceano Atlântico ao mar caribenho e ao Panamá – havia sido percebida em 1898 pelos marines americanos, durante a guerra de independência que Cuba, ajudada pelos Estados Unidos, travou contra a Espanha. Em 1934, cubanos e americanos assinaram um acordo reafirmando o negócio e acrescentando um tópico que estabelece que o fim do tratado depende de consenso de ambos os países ou do abandono da base pelos oficiais americanos.

Após os atentados de 11 de setembro de 2001, a base de Guantánamo virou cárcere para suspeitos de membros de organizações terroristas como a Al Qaeda. Há um mês, depois do suicídio de dois prisioneiros sauditas e um iemenita, as discussões sobre suas condições foram retomadas. Além de suspeitas de sofrerem torturas, os presos de lá não têm direito a advogados de defesa. Caso consigam autorização para falar com alguém fora do presídio, são obrigados a se sujeitar à supervisão militar. No mês passado a Suprema Corte americana interferiu e determinou que os julgamentos em Guantánamo são ilegais. “As condições são inaceitáveis. Há abusos tanto da perspectiva moral quanto legal”, afirma Richard Falk, professor de Direito e Política Internacional na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.

Como é a vida guantanameira

Conheça a base e a prisão

A Base: 116 km2, localizada a 400 quilômetros da capital cubana

Número de prisioneiros: 490

Quanto custa: 4 084 dólares é quanto o governo americano paga anualmente pelo uso de Guantánamo

População: pelo menos 8000 pessoas habitam a baía

Divisões: hoje em dia, os detentos podem ocupar cinco tipos diferentes de prisões. O critério de confinamento varia de acordo com nível de periculosidade e importância estratégica do detento para o governo dos Estados Unidos.

Os detentos: Há na prisão 132 sauditas, 125 afegãos, 107 iemenitas, 6 iraquianos. Os outros são de 40 países diferentes.