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Linha do tempo - A loucura

CONTRA ELA, ATÉ BURACO NA CABEÇA FOI REMÉDIO

Redação Publicado em 21/04/2016, às 09h57 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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A loucura através dos tempos - divulg
A loucura através dos tempos - divulg
A loucura causa fascínio e repulsa junto à humanidade desde os primeiros registros de comportamentos divergentes. Acessos de raiva, convulsões e atitudes considerados estranhos já foram tidos como maldições, indícios de possessão demoníaca e castigo ou ordem divina, como no caso de Joana D’Arc. Já no período Neolítico, há 5.000 anos, a trepanação, método que consistia em abrir um buraco no crânio, era praticada no intuito de “liberar espíritos malignos”. O primeiro rei de Israel, Saul, era dito
sofrer de estados depressivos e coléricos, acalmados apenas pela harpa do sucessor Davi, segundo registra a Bíblia. Os antigos egípcios, os primeiros a apontar o cérebro
como ponto de origem da doença mental, surpreendentemente praticavam uma terapia similar às atuais e incentivavam seus loucos a participar de danças e recitais. Já os médicos gregos Hipócrates e Galeno desenvolveram a teoria de que o corpo possuía fluidos cujo desequilíbrio provocava insanidade. Seu tratamento? Laxantes, sangramentos e vômitos induzidos. Com o surgimento de hospícios, os loucos foram removidos da sociedade e muitas vezes negligenciados. O movimento de saúde mental moderno ganhou seu ímpeto sob a liderança do norte-americano e expaciente mental Clifford Beers, que fundou a primeira associação a lutar por melhores padrões
de tratamento.

1550 a.C
O papiro Ebers, um dos tratados médicos mais antigos de que se tem conhecimento, foi escrito no Antigo Egito. O documento, de 20 metros de comprimento, listava
fórmulas mágicas e remédios destinados a afastar os demônios causadores de doenças. Entre os males mencionados, estão a depressão e a demência.

918
Os primeiros hospitais mentais foram estabelecidos no mundo árabe, inicialmente em Bagdá, atual Iraque, em seguida no Cairo, no Egito, e em Damasco, na Síria. No entanto, a proliferação de hospícios e a institucionalização em massa só ocorreriam alguns séculos mais tarde. 

40 a.C.
O médico grego Asclepíades elabora um novo tratamento para as doenças mentais. O colega Hipócrates já havia negado a crença de que elas eram resultado de um
desequilíbrio do corpo. Asclepíades, então, advogou o tratamento humano e a libertação dos doentes mentais confinados. Para ele, a cura era possível com terapias naturais, como dietas.

1247
A primeira instituição mental da Inglaterra, o Bethlem Hospital, é fundado em Londres. Ficaria conhecida pelo abuso e negligência com que os pacientes eram
tratados. Sua reputação era tão ruim que o apelido da instituição, “Bedlam”, tornou-se sinônimo, em inglês, de “confusão” e “tumulto”. Por um tempo, chegou até a funcionar como zoológico: as pessoas pagavam para visitar o asilo e zombar dos internos.

1478
A Inquisição passa a perseguir doentes mentais que são vistos como possuídos pelos demônios. Em Sevilha, os inquisidores Miguel de Morcillo e Juan de San Martin queimaram quase 500 pessoas em três anos. Amuletos e remédios naturais, como chás de ervas ditas purificantes, são os tratamentos mais comuns contra a loucura.

1841
Assinado o decreto de fundação do primeiro hospital exclusivo para doentes mentais do Brasil, o Hospício de Pedro II, no Rio de Janeiro. O nome prestava homenagem ao príncipe regente que foi coroado imperador nesse mesmo dia. O hospital seria inaugurado onze anos depois, em uma chácara afastada do centro da cidade.

1793
O francês Phillipe Pinel começa a trabalhar no Hospital Bicêtre, em Paris, um asilo para doentes mentais. Escandalizou os colegas ao ordenar a remoção dos grilhões de
49 presos – alguns acorrentados havia mais de 30 anos. Iniciou um movimento de reforma psiquiátrica, em que tratamentos como sangrias foram trocados por atividades físicas e sessões de discussão.

1895
Sigmund Freud e Josef Breuer publicam Estudos sobre a Histeria, o estudo de caso da paciente conhecida como Anna O. Até então, a histeria, principal diagnóstico dado às mulheres que apresentassem sintomas de desequilíbrio mental, era considerada doença exclusivamente feminina, de causa física e tratada com camisa de força,
extirpação do útero e até masturbação forçada.

1936
O físico alemão Otto Loewi ganha o Prêmio Nobel de Medicina pela descoberta dos neurotransmissores. A inovação ligou a psicofarmacologia ao tratamento dos doentes mentais, mas os primeiros antidepressivos só seriam sintetizados em 1957. Em 1938, o neurologista italiano Ugo Cerletti e o psiquiatra Lucio Bini desenvolvem a terapia eletroconvulsiva, o chamado eletrochoque.

1988
É lançada a fluoxetina, comercializada sob o nome de Prozac, antidepressivo que revolucionou o tratamento da depressão. Foi o primeiro remédio a atuar de forma
específica na serotonina, um dos neurotransmissores do cérebro. Seu sucesso estimulou o surgimento de drogas semelhantes no mercado.