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Museu do Correio de Paris

Selos, meios de transporte, cartas importantes: são 500 anos de história antes da invenção do e-mail

Ivy Farias Publicado em 01/09/2006, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
Aventuras na História - Arquivo Aventuras

Não é só de selos que é feito o Museu do Correio de Paris, na França. Claro que eles estão lá, aos montes – afinal, são 150 anos de selos. Mas o correio parisiense tem muito mais história. Implantado oficialmente em 1477, ele foi criado pelo rei Luís XI, que empregou 230 mensageiros a cavalo. O serviço permitia ao monarca enviar ordens sem o risco de ser mal-interpretado e receber as respostas por escrito, em vez de depender da memória do mensageiro.

O Musée de La Poste (seu nome original), que completa 60 anos este ano, ocupa desde 1973 cinco andares do prédio localizado em cima da central do Correio de Paris, no bairro de Montparnasse. Seu primeiro endereço era um prédio histórico do século 18, o hotel de Choisel Praslin. Suas 11 salas guardam preciosidades como as primeiras caixas de correio instaladas na rua, ilustrações sobre os transportes que já foram usados para fazer a comunicação entre as pessoas e uniformes dos carteiros, além de correspondências de reis e políticos.

Exposições temporárias relacionadas ao tema também ocupam as salas do museu. Uma mostra sobre a arte da filatelia brasileira, por exemplo, foi realizada no ano passado. O Museu do Correio ainda possui uma biblioteca aberta ao público e uma fototeca para jornalistas, editores e apaixonados, além de promover atividades pedagógicas para crianças e adolescentes.

1. Primeira diligência

A maquete mostra, em detalhes, o primeiro vagão de trem do correio francês, que, em 1845, ganhou o nome de “diligência”. Ele servia entre as cidades de Paris e Rouen, a 130 quilômetros da capital. De madeira, o vagão possuía divisórias para facilitar a organização das cartas.

2. Mensagem na bola

Durante a guerra franco-alemã, em 1870, Paris não tinha como se comunicar com o resto do país. Foi quando dois sujeitos, Pierre Charles Delort e Robert Vonoven, criaram uma bola de zinco para 400 a 600 cartas. Estima-se que 55 delas tenham sido jogadas no rio Sena em direção ao interior da França – mas não se sabe se chegaram ao destino.

3. Botas de sete léguas

Feitas de madeira, couro e ferro, as botas dos carteiros do século 19 pesavam até 4 quilos cada uma. Em caso de queda, elas protegiam as pernas dos trabalhadores, que transportavam as cartas em carroças puxadas por cavalos ou cachorros. Para ficar mais confortáveis, elas eram recheadas com palha.

4. Mapa da mina

O primeiro mapa das rotas do correio francês data de 1626. A reprodução exposta no museu, porém, é de 1632, e mostra as 12 cidades mais importantes e os caminhos que o correio fazia entre elas. O primeiro mapa continha ainda preocupações estéticas, como os desenhos das armas do rei da França, no alto e à direita da figura.

5. Caixa na esquina

As primeiras caixas de correio ficavam nas esquinas das ruas. De madeira, elas tinham placas de metal com um contador que marcava a recolha da última remessa – em Paris, por exemplo, o intervalo era de oito horas. Em 1692, Paris tinha apenas seis caixas de correio. A caixa da foto é de 1850.

6. Transporte postau-au

A prática de usar uma carroça puxada por cães para o transporte de cartas foi muito usada no século 19. Algumas regras tinham de ser seguidas: o cachorro não poderia ter menos de 50 centímetros e nem menos de um ano e meio de vida. Além disso, se a carroça estivesse muito pesada, o condutor não podia montar nela, para não machucar o cãozinho.

7. Selo número 1

A Assembléia Nacional francesa decidiu criar o primeiro selo em 24 de agosto de 1848. Ele podia ser utilizado em cartas de até 7 gramas. Mas foi só no ano seguinte que o selo começou a ser vendido nos postos dos correios de toda a França. Mais de 42 milhões de selos foram impressos em dois meses. Este selo da foto é de 1870.

8. Pombo-correio

Esta lanterna, toda de metal, é de 1871 e era fundamental na leitura das mensagens transportadas por pombo-correio. No século 19, as cartas que viajavam assim eram microfilmadas e reduzidas a um tamanho microscópico para que cada ave pudesse transportar até 30 mil mensagens de uma só vez.

9. Sinais sonoros

O claquoir, instrumento de madeira e ferro, era usado na França do século 13 para alertar as pessoas quando o carteiro estivesse passando – é como se fosse a musiquinha do caminhão de gás hoje. Em Lyon, porém, a moda não pegou. Os tocadores do claquoir preferiam preservar o sono das damas que dormiam.

10. Orgulho nacional

O TGV (train à grande vitesse, ou trem com grande velocidade) foi utilizado para transportar cartas apenas a partir de 1984 – a linha Paris-Lyon já existia desde 1976. Com uma velocidade de 250 quilômetros por hora, o primeiro TGV Postal era capaz de transportar cerca de 65 toneladas de correspondência em uma só viagem.

Saiba mais

www.museedelaposte.fr