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Museu El Solar

Acervo relembra os séculos de tortura promovida pela Inquisição

Kelly Alves Publicado em 01/09/2007, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
Aventuras na História - Arquivo Aventuras

Na Europa do século 12, a Igreja Católica instaurou o Tribunal da Santa Inquisição para perseguir aqueles que demonstrassem atitudes fora do padrão imposto pela Santa Sé. A tortura se estabeleceu para obter confissões e castigar hereges: homossexuais eram serrados ao meio, adúlteras tinham os seios esmagados, respostas eram arrancadas por afogamento. As memórias dessa época estão registradas no Museu El Solar, em Santillana del Mar, um povoado na costa norte espanhola que ainda guarda traços de vila medieval.

O El Solar foi criado em 1995, mas sua coleção já estava reunida desde 1983, quando ela passou a fazer parte de uma mostra itinerante iniciada na Itália. O acervo é composto por mais de 70 reproduções de objetos de tortura e pena de morte dos séculos 14 a 19.

O mórbido passeio pelo museu começa pelo jardim, onde estão as peças maiores, como a roda de despedaçamento, em que a vítima era estirada ao chão enquanto o engenho rompia suas articulações. Logo depois, no interior do El Solar, um ambiente obscuro procura reproduzir as salas de tortura. Ali, os instrumentos expostos são classificados por sua função: castigo e humilhação pública, tortura, martírio de mulheres e execução. Além das peças usadas na Inquisição, que ocupam a maior parte do museu, há também objetos como a guilhotina, que já existia desde o Império Romano, mas se popularizou na Revolução Francesa.

1. Confessionário cruel

Com o uso da cadeira inquisitorial, a combinação de perguntas insistentes com a dor do corpo clavado às pontas de ferro resultava em respostas nem sempre verdadeiras. Por conta disso, durante a Inquisição houve muitas confissões falsas e execuções injustas.

2. Rápido e indolor

Muita gente se reunia para ver a lâmina da guilhotina cair sobre o pescoço do condenado. Entre as vítimas mais famosas da arma, símbolo da Revolução Francesa, estão a rainha Maria Antonieta e o químico Lavoisier, condenado por ter sido um arrecadador de impostos.

3. Castigo exemplar

Os condenados por pequenos delitos, como roubo ou distúrbio, tinham seus braços e pernas presos no tronco e eram expostos em praça pública para servir de exemplo. Outros instrumentos de humilhação eram as máscaras da infâmia e a trança de palha, usada para identificar as mulheres que engravidassem antes do casamento.

4. Zoológico medieval

Construídas de materiais como ferro e madeira, as jaulas tinham a finalidade de manter o condenado preso e suspenso do chão. Em alguns casos, mesmo depois de morto ele continuava na gaiola, para se decompor aos olhos de todos na rua – e assim servir de exemplo.

5. Procedimento invasivo

Com os braços presos por correntes no teto, o condenado era forçado a sentar no topo afilado desta pirâmide, chamada berço-de-judas. À medida que o carrasco afrouxava as correntes, o peso da vítima dilacerava... Isso mesmo, tudo lá embaixo.

6. Vício humilhante

O barril era o castigo dos embriagados. Com abertura para cabeça e pernas, ele era usado como um traje que o condenado deveria carregar pelas ruas da cidade. Fumantes, jogadores e ociosos, que também eram perseguidos na Idade Média, usavam colares de ferro como pena.

7. Último suspiro

O garrote era um colar de ferro que prendia o pescoço da vítima a um poste, enquanto o carrasco girava o torniquete, estrangulando-a até a morte. O método foi usado legalmente na Espanha até 1978. O imperador inca Atahualpa, por exemplo, morreu garroteado durante a conquista da América.

8. Golpe certeiro

Este machado ainda preserva a lâmina original, feita na Itália no século 17. A arma era manejada sempre por carrascos inteiramente cobertos por trajes negros. Para conseguir dar o golpe certeiro que faria a cabeça do condenado rolar cesta adentro, eles treinavam em animais nos matadouros.

9. Humor grotesco

Muito recorrente durante a Inquisição, o Touro de Falaris era uma espécie de forno metálico. A vítima era trancada no touro e os carrascos acendiam, debaixo dele, uma fogueira. Os gritos do condenado saíam pela boca do animal, soando como mugidos e divertindo os espectadores.

10. Iron Maiden

A dama-de-ferro, sarcófago com rosto de mulher que inspirou o nome da banda de rock, tinha estruturas pontiagudas que furavam braços e pernas da vítima sem atingir os órgãos vitais, o que a mantinha viva e prolongava a dor. Cada vez que a dama era aberta e fechada, os pinchos atingiam as mesmas feridas.