Editores de esporte elegem os destaques da nova instituição paulistana
Nao espere encontrar a camisa que o Garrincha (1933-1983) usou na Copa do Mundo de 1962. Nem aquele trofeu historico que seu time levantou. Ou a bola chutada por Leonidas da Silva (1913-2004) quando imortalizou o gol de bicicleta. O Museu do Futebol, recem-inaugurado no estadio do Pacaembu, em Sao Paulo, nao vive de reliquias. Trata-se de um ambiente virtual. Por isso mesmo, e recomendavel que o visitante saiba se situar entre tantas telas e teclados. A pedido de HISTÓRIA, os jornalistas Sergio Xavier Filho e Andre Rizek, da revista Placar, escalaram a seleção dos destaques obrigatorios.
Site oficial:www.museudofutebol.org.br
EXALTAÇÃO
Em uma espécie de porão do Pacaembu, de onde dá para ver o esqueleto das arquibancadas (à dir.), foram instalados alto-falantes potentes e telões enormes (à esq.) que vão repetindo cenas de torcidas dos principais clubes brasileiros. É a hora mais sagrada do museu. Nas entranhas do estádio, você ficará arrepiado quando o canto da torcida do seu time ecoar.
O SOM DOS GOLS
Desde sempre, o rádio acompanha os torcedores nas arquibancadas. Para homenagear essa relação, em pequenas cabines, ouvem-se narrações históricas de gols por grandes vozes do rádio, como as de Osmar Santos e Ary Barroso. Na mesma área, 30 personalidades elegem o gol de suas vidas (e você pode assistir à maioria deles).
RITO DE PASSAGEM
Uma sala mexe com uma ferida historicamente mal cicatrizada, a trágica derrota da nossa seleção na Copa de 1950. Em um ambiente escuro, com um som nas alturas, o visitante é transportado para o Maracanã no dia de Brasil 1 x 2 Uruguai. O nome "rito de passagem" faz referência ao espaço seguinte, que é o das Copas do Mundo.
JOGO DE CORPO
Quase no fim da visita, chega-se à área mais interativa do museu. Aqui é possível cobrar um pênalti em um goleiro virtual e descobrir a velocidade do chute. São exibidos replays de alguns lances em "supercâmera lenta", que mostra a deformação da bola, a grama que sai do chão e a tensão dos músculos dos jogadores. Há também um "cineminha" em três
dimensões com embaixadinhas de Ronaldinho Gaúcho. Esta última atração é um pouco chata, mas deixar de vê-la é como ir ao Louvre e não ver a Monalisa.
UMA FESTA A CADA QUATRO ANOS
Um dos espaços mais comentados do museu é um salão com totens em formato de troféus. Cada um deles representa um mundial e reúne vídeos, fotos e textos sobre o que estava acontecendo pelo mundo naquele ano. E não é só futebol. Na Copa de 1982, por exemplo, está presente todo o contexto da redemocratização do Brasil, com fotos da campanha das Diretas Já.
IMAGENS RARAS
Dentro de armações metálicas em formato de bola, foram montadas estações nas quais é possível acompanhar textos e imagens sobre goleiros, dribles e, o filé mignon, as incríveis imagens do Canal 100, o cine-jornal brasileiro fundado em 1957 e que só deixou de existir em 2000. Entre os lances memoráveis, tem até um golaço do centroavante Oséas, à época no Palmeiras. Pena que foi contra