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Museu Pablo Neruda

Casa no Chile onde viveu o poeta preserva seus objetos pessoais

Mario Araújo Publicado em 26/06/2009, às 17h15 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
Aventuras na História - Arquivo Aventuras

Pablo Neruda (1904-1973) dizia que não era um colecionador, mas um "coisista". Ele gostava de juntar objetos que estimulavam suas memórias e de organizá-los de maneiras únicas. Uma das casas onde o poeta chileno morou, que tem forma de barco e fica na localidade de Isla Negra, é um bom exemplo dessa mania: carrancas de navios decoram a entrada. No corredor, fica uma coleção de barquinhos, guardados dentro de garrafas posicionadas para que, quando vistas, provoquem a sensação de estar em alto-mar. Comprada por Neruda em 1939 e fechada após sua morte, em 1973, a casa é um museu desde 1990.

Site oficial:
http://www.fundacionneruda.org/

Peixe para todo lado

Fascinado pelo mar, Neruda transformou o peixe na figura-símbolo de seu brasão. Em Isla Negra, ele aparece na entrada da casa, no jardim e até no telhado, onde o tradicional galo que indica a direção do vento é substituído pelo animal.

Lembrança de infância

Peças diversas faziam parte da coleção do escritor, que tinha uma sala inteira dedicada a brinquedos. Destaque para um cavalo de papel marchê em tamanho natural, que decorava uma loja em Temuco (sul do Chile) e era objeto de fascinação do poeta quando criança.

Formatos estranhos

Garrafas coloridas estão espalhadas por toda a casa. No bar, é possível ver uma extensa coleção, de vários formatos. Algumas delas parecem mãos segurando facas, veleiros e botas. Outros modelos, mais comuns, ficam no corredor que conduz ao escritório.

Palavras flutuantes

A portinhola de uma embarcação trazida pela correnteza marítima foi transformada em mesa de trabalho e posicionada em frente a uma janela com vista para o oceano Pacífico. Ali nasceram algumas obras-primas, como o livro Canto Geral (1950).

Homenagem ao pai

Além do mar, os trens seduziam o chileno, que era órfão de mãe e foi educado pelo pai, o ferroviário José Reyes Morales. No jardim, uma locomotiva gigante homenageia José. E alguns cômodos da casa se parecem com um vagão, em especial os quartos que têm portinholas pequenas e janelas gigantescas voltadas para o mar.

Estátuas vivas

Um dos aspectos mais impressionantes do acervo é a coleção de carrancas retiradas de proas de navios. Todas elas possuem nomes e estão dispostas em diversos cômodos, sendo que grande parte encontra-se na sala de visitas. O poeta dizia que, uma vez por ano, o espírito delas retornava do mar para fazer uma grande festa.

Poesia visual

Os muros de madeira que cercam a residência são cheios de frases deixadas pelos visitantes. Depois de alguns passos, a poesia continua no ar. Na entrada, uma pequena coleção reúne objetos de várias partes do mundo, incluindo um quadro que faz referência à tela Guernica, de Pablo Picasso (1881-1973).

Para a posteridade

A estrutura de madeira que sustenta a casa é talhada com frases e nomes. Logo na entrada é possível ver inscrições como "PM - 1958" ("Pablo e Matilde"; Matilde Urrutia foi a última das três esposas do escritor) ou "Construyendo la alegria" ("Construindo a alegria").

Amor pelo mar

Esta âncora fica no jardim, com vista para o oceano. Apesar de ser apaixonado pelo mar, Neruda tinha pavor de entrar em suas águas. Ele costumava dizer: "Há anos coleciono conhecimentos que não me servem muito, porque navego sobre a terra".

Coleção na entrada

Pouco antes de entrar na casa, que fica no alto de um morro, o visitante depara com uma pequena galeria de quinquilharias. A maior parte dos objetos são touros dos mais diversos tamanhos e materiais, adquiridos pelo poeta em diferentes partes do mundo. Destaque para o touro da foto acima, feito de madeira maciça.