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Museu da Revolução

Tem a história de Cuba desde a colonização, mas a atração é mesmo a luta liderada por Fidel e Che

Luiz Guedes Jr. Publicado em 01/10/2006, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
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A história política de Cuba e de personagens como Fidel Castro, Ernesto Che Guevara e Camilo Cienfuegos – líderes da luta armada nos anos 50 – é contada em cada sala do Museu da Revolução. Localizado na capital, Havana, o museu conta com um acervo que preserva documentos, armas, roupas e todo tipo de apetrecho relacionado não só à revolução popular que levou os cubanos ao regime socialista, mas à trajetória da ilha, desde o processo de colonização.

Revela, por exemplo, que os primeiros embriões do espírito revolucionário remontam à época da guerra pela independência da Espanha (1868) – há um setor inteiro dedicado ao herói José Martí. O museu tem também uma área externa onde há veículos, aeronaves e a embarcação Granma, na qual 82 homens, incluindo Fidel e Che, viajaram de Tuxpan, México, a Cuba, dando início à revolução, em dezembro de 1956.

O próprio prédio que abriga o museu é uma atração. Trata-se do antigo Palácio Presidencial, de onde o ditador Fulgêncio Batista se viu obrigado a fugir após ser atacado por guerrilheiros, em 1957. A conversão para museu veio em 1959.

No terceiro andar, uma ampla sala vazia chama atenção. Funcionários do museu explicam em voz baixa que a área está reservada para um futuro memorial em homenagem a “el comandante” Fidel Castro – que completou 80 anos em agosto com sérios problemas de saúde.

1. Bomba no U2

A rampa de lançamento é a original, mas o míssil, claro, não. Ele é similiar ao que foi atirado contra o avião espião americano U2, que invadiu o espaço aéreo cubano em 27 de outubro de 1962. O objetivo era identificar ogivas nucleares, durante a “crise dos mísseis”. O avião foi derrubado. O museu guarda a turbina do que restou do U2.

2. Fumo do Che

Cuba pode ser famosa pelos seus charutos, mas era um cachimbo que Che Guevara fumava em Sierra Maestra – local de treinamento dos guerrilheiros e onde a revolução teve início. O objeto está exposto no museu e traz algumas anotações de datas de batalhas travadas pelos revolucionários na selva.

3. Cubano desde criancinha

Fabricadas com resina de poliéster e fibra de vidro, as estátuas em tamanho natural de Ernesto Che Guevara e Camilo Cienfuegos são uma das principais atrações. Os dois foram, ao lado de Fidel, as figuras mais importantes da revolução cubana. Che, o mais carismático, era argentino. Mas foi declarado cidadão cubano por nascimento e ocupou, depois do triunfo da revolução, os cargos de presidente do Banco Nacional de Cuba e de ministro da Indústria.

4. Fidel jipeiro

A parte externa do museu onde há veículos relacionados à história da ilha guarda, entre outros, um trator transformado em carro de combate pelos participantes da revolução – por causa do lança-chamas que ganhou, foi batizado de Dragão I. Na foto, o jipe americano Land Rover de uso particular de Fidel Castro na etapa final da revolução. Sua carroceria tem várias marcas de tiros.

5. Ondas no ar

O museu guarda dois enormes radiotransmissores usados pelas tropas revolucionárias quando elas treinavam no meio da mata, em Sierra Maestra. Um deles foi usado pelo grupo liderado por Che Guevara na missão “Las Villas”. Este da foto, de acabamento de madeira, foi usado por Fidel Castro. Quem o construiu foi um engenheiro, Mario Muñoz Monroy, que também participava da guerrilha.

6. Caneca cofrinho

Em 1959, uma das primeiras medidas do novo governo socialista foi a fabricação desta supercaneca com 1,5 metro de altura. Ela foi colocada no Parque Central de Havana para que o povo pudesse depositar sua contribuição voluntária para o desenvolvimento da reforma agrária no país. A quantia arrecadada nunca foi divulgada pelo governo cubano.

7. Pistola de ouro

O revólver banhado a ouro pertenceu ao ditador Fulgêncio Batista (1901-1973), que tomou o poder em 1952 após um golpe de Estado apoiado pelos americanos. O artefato foi abandonado pelo governante no antigo Palácio Presidencial, em 1957, quando o local foi invadido por 50 estudantes da Universidade de Havana – exatamente onde hoje está instalado o museu.

8. Pioneiro no espaço

Este traje espacial foi utilizado pelo piloto de guerra Arnaldo Tamayo Méndez, hoje com 64 anos. Em 1980, ele se tornou o primeiro latino-americano a observar a Terra do espaço. O cosmonauta embarcou em uma missão conjunta entre Cuba e União Soviética na nave Souyz-38.

9. América a serviço da revolução

Curiosidade é o que não falta no acervo – como a máquina de costura americana Singer, usada por Helena Rodriguez del Rey, mãe do revolucionário Melba Hernandez. Com ela, a mulher confeccionou alguns dos uniformes das tropas populares entre 1957 e 1959, período em que o exército rebelde esteve na selva. Entre eles, o do próprio Fidel.

10. Bandeira negra

Em 1939, esta bandeira com a suástica nazista originou ondas de protestos e revoltas populares em Havana. Historiadores consideram o fato uma das principais válvulas motivadoras do futuro sentimento revolucionário. A peça, de couro, foi colocada, por provocação, por marinheiros do navio alemão Shlesien sobre a estátua de José Martí, herói nacional da independência cubana.

Saiba mais

www.cnpc.cult.cu/museos