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Museu de Arte Sacra

Acervo baiano é um dos mais importantes da América Latina

27/05/2009 03h08 Publicado em 27/05/2009, às 03h08 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
Aventuras na História - Arquivo Aventuras

Foi na terra dos orixás que nasceu um dos mais antigos museus de arte sacra do país, na década de 50. Mas essa história começou bem antes, no século 17, quando padres da ordem dos Carmelitas Descalços, que faziam escala rumo à Índia, gostaram de Salvador e resolveram ficar. Em 1667, eles inauguraram o convento de Santa Teresa D’Ávila. No início do século 19, os monges deixaram o país. Entre 1837 e 1956, o prédio abrigou um seminário. Em 1958, a Universidade Federal da Bahia instalou ali o museu. Hoje ele tem 5 mil peças e é conhecido como um dos mais importantes da América Latina. A visita também vale pelo cenário ao fundo: as águas da baía de Todos os Santos. Juan Torres
site oficial: www.mas.ufba.br/

CRISTO BUDISTA
A peça Jesus, o Bom Pastor, do século 17, é um belo exemplar da coleção de obras de marfim da instituição. Feita na Índia, ela retrata Jesus de forma curiosa, numa clara referência a Buda. Também chama atenção a base, minuciosamente trabalhada.

ENCONTRO CELESTIAL
Um destaque da arquitetura do local são as abóbadas em arco, que se encontram para formar um teto maior, em aresta, uma solução típica da arquitetura renascentista do século 17. As pedras que compõem as pilastras são de arenito. No chão, há várias sepulturas de monges carmelitas.

CABELO DE VERDADE
No século 19, para aumentar a identificação dos fiéis com as santidades, começaram a surgir os "santos de roca", feitos de madeira. Neles, eram esculpidos apenas o rosto e os pés, e o resto era coberto com roupas. Muitas vezes, até o cabelo era natural, como é o caso da Nossa Senhora dos Remédios.

ESPAÇOS ÚNICOS
Normalmente, os fiéis confessam seus pecados aos padres dentro de estruturas de madeira. Aqui, eles nem tinham contato um com o outro. Os confessionários da Igreja de Santa Teresa D’Ávila ficam inseridos na arquitetura da própria igreja. São uma construção rara, as únicas do tipo no Brasil.

OURO E CAJU
O altar de Nossa Senhora das Mercês é o mais antigo do convento. A santa é esculpida em madeira, com detalhes dourados. Já as colunas têm guirlandas de cajus, para exaltar o Brasil. O afresco acima do altar, do século 17, é tido como a primeira pintura do gênero no país.

ALTAR DE LUXO
Em 1933, a antiga catedral Sé Primacial do Brasil, construída em 1553, foi demolida para dar lugar a uma linha de bonde. Algumas peças da igreja foram preservadas e estão expostas no museu. Uma delas é este altar de prata de estilo rococó, que compõe o altar-mor da Igreja de Santa Teresa D’Ávila.

SANTA INSPIRADORA
Talhada em madeira no século 16, essa imagem de Nossa Senhora dos Milagres foi trazida de Portugal provavelmente em 1552, pelo primeiro bispo do Brasil, dom Pedro Fernandes Sardinha  (1496-1556). Ela ganhou um banho de prata no século 17. A tradição católica conta que, ao ver esta imagem, o padre Antônio Vieira (1608-1697) recebeu um sinal divino, que o levou a se tornar um dos maiores oradores da língua portuguesa.

MESTRE PINTOR
Um dos artistas mais importantes expostos no lugar é José Joaquim da Rocha (1737-1807),  conhecido pela pintura do teto da nave de duas igrejas famosas de Salvador, a de Nossa Senhora da Conceição da Praia e a do Rosário dos Pretos. O museu tem um de seus quadros mais famosos, As Bodas de Nossa Senhora. O acervo inclui também obras de seu discípulo, José Teófilo de Jesus (1758-1847).

IMAGEM AUTOGRAFADA
Nascido em Portugal, frei Agostinho da Piedade (1580-1661) veio ao Brasil ainda adolescente e se tornou um dos maiores ceramistas do país no século 17. É dele esta obra de barro cozido, que retrata Nossa Senhora de Montserrat. Frei Agostinho tinha um importante diferencial: gravava seu nome e a data nas peças, algo que ninguém fazia na época.