Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História

Ossada de Pedro Álvares Cabral está sumida

Portugal diz que está lá. Mas o Rio de Janeiro também

Bruno Vieira Feijó Publicado em 01/09/2007, às 00h00 - Atualizado em 18/10/2018, às 16h20

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Aventuras na História - Arquivo Aventuras
Aventuras na História - Arquivo Aventuras

Ninguém – nem brasileiros, nem portugueses – sabe afirmar com absoluta certeza onde está enterrado Pedro Álvares Cabral. O que se sabe é que o almirante alçado a descobridor do Brasil, depois de comandar a famosa esquadra em 1500, morreu em 1520 em Santarém, Portugal. Foi sepultado num túmulo provisório, exumado em 1526 (quando morreu sua mulher, Isabel de Castro) e enterrado novamente ao lado dela, na igreja de Nossa Senhora da Graça.

Por séculos, o túmulo ficou esquecido. Com o tempo, porém, turistas passaram a questionar por que a lápide homenageava apenas a mulher. Após um inquérito aberto em 1882, verificou-se no jazigo restos de um carneiro e a ossada de três humanos: duas mulheres e um homem. Algo não batia – lá deveriam estar duas ossadas masculinas, a de Cabral e a de seu filho, Antonio, e uma feminina, a de Isabel. Sem tecnologia, não foi possível identificar as ossadas.

Em 1903, como parte de uma campanha nacionalista que dom Pedro II iniciara em 1871, resolveu-se trazer os ossos de Cabral para o Rio de Janeiro. O jazigo, porém, já abrigava restos de cinco homens, uma mulher e duas crianças. Parte do material veio para o Brasil – tudo estava misturado. Por fim, em 1961, a Igreja de São Tiago, de Belmonte, cidade onde Cabral nasceu, recebeu uma oferta de Santarém: guardar o que seria sua verdadeira ossada.

Hoje, é difícil saber que ossada está onde. Nos três locais há inscrições indicando que ali estão os restos do navegador.

Sepultura foi violada

Mexeram nos restos do portuga no século 19
Bruno Vieira Feijó

Antes das supostas partes da ossada de Pedro Álvares Cabral serem transferidas para Belmonte e para o Brasil, cogitouse levála para o Mosteiro dos Jerônimos, em Lisboa, um dos Patrimônios da Humanidade da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

Isso aconteceu em 1900, quando a Sociedade de Geografia de Lisboa queria comemorar o quarto centenário da descoberta do Brasil. Entre as homenagens, estaria a mudança da ossada de Cabral para o mosteiro, local onde já estavam as de Camões e Vasco da Gama.

A idéia, entretanto, foi abortada. É que já a partir da primeira busca, em 1882, suspeitavase que, além da dificuldade de identificação, “a sepultura fora violada durante as invasões francesas (entre 1807 e 1814)”, como relata a historiadora Maria Isabel João em um artigo para a Revista de Letras e Culturas Lusófonas de 2000. B.V.F.

Ora, pois

É certeza sobre Cabral

Era um tremendo chato

Ficou marcado por suas crises de mau humor. Uma das razões seriam as febres intermitentes, provocadas pela malária contraída aos 17 anos.

Casou com uma nobre

Passou a juventude em Lisboa, onde aprendeu geometria, astronomia, geografia, aritmética e latim. E conheceu Isabel, de uma das famílias mais importantes de Portugal.

Desistiu de navegar

Depois da expedição ao Brasil, não quis fazer outras viagens. Caiu em descrédito e levou uma vida pacata na cidade de Santarém.