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Primeira Guerra sem fim

Com duração prevista de apenas seis meses, a Primeira Grande Guerra iria se converter em um conflito de larga escala marcado pelo impasse e por gigantescas trincheiras

01/09/2007 00h00 Publicado em 01/09/2007, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
Aventuras na História - Arquivo Aventuras

Em meados de 1916, a Europa assistia atônita ao embate entre suas potências, que já durava 18 meses. Tais quais dois pesos pesados do boxe, os países beligerantes, representados no front ocidental majoritariamente pela Alemanha, de um lado, e pela França e Inglaterra, de outro, seguiam se esmurrando em uma sucessão de golpes e contragolpes, na expectativa de que o oponente curvasse as pernas e finalmente pedisse a paz.

A Grande Guerra, como ficaria conhecida, que começara por iniciativa de alemães e austríacos, em busca de um maior espaço no cenário político e econômico europeu e mundial, havia se convertido num sangrento conflito de trincheiras em que os ganhos de um dia eram rapidamente apagados por contra-ataques desferidos horas depois. A expectativa inicial de que o conflito durasse somente seis meses já havia dado lugar ao impasse e à indefinição. Em outras frentes, como nos Bálcãs, nos Alpes italianos, em trechos do Oriente Médio e nas planícies polonesas, lutavam também outras nações, como a Rússia, a Itália e a Bulgária, ao lado de França e Inglaterra; e até o Império Otomano, alinhado aos germânicos. Nesses locais a situação não era muito diferente. Lama, trincheiras e imobilidade igualmente ditavam as regras.

No front ocidental, já em finais de 1915, em busca de um fim para o conflito, os comandantes franceses e ingleses planejavam uma grande ofensiva com o objetivo de expulsar os alemães da França. No ano anterior, após um avanço inicial fulminante, quando chegaram a apenas algumas dezenas de quilômetros de Paris, os invasores tiveram de parar ante a crescente resistência oferecida por seus inimigos. Essa situação havia convertido o país em um imenso campo de batalha, com linhas de trincheiras quase ininterruptas ao longo de quase 800 quilômetros, que iam do Canal da Mancha até a fronteira com a Suíça.

Planos de ataque

Poucas regiões mantiveram-se incólumes após os combates, normalmente pela existência de montanhas, florestas e alagados, que dificultavam as ações militares. Uma dessas regiões era o vale do rio Somme, no nordeste francês. Foi o local escolhido por uma força combinada anglo-francesa para a sonhada vitória definitiva, investindo ferozmente e de surpresa sobre o ponto mais fraco da linha inimiga. Pelo menos, eram esses os planos dos estrategistas, Joseph Joffre, comandante supremo do Exército francês, e Douglas Haig, general responsável pela Força Expedicionária britânica.

O general Erich von Falkenhayn, comandante-em-chefe do Exército alemão no front ocidental, por sua vez, planejara um ataque sobre a região de Verdun, tida pelos franceses como um verdadeiro símbolo de sua resistência desde a época do Império Romano. Por seu significado simbólico, deveria atrair o grosso dos defensores para suas cercanias, onde seriam dizimados por obuses disparados por imensos canhões montados sobre trens. O fato é que o plano alemão deu parcialmente certo e, em fevereiro de 1916, as tropas francesas escolhidas para tomar parte na operação sobre o Somme foram lançadas em desespero para bloquear a inesperada investida alemã.

A Batalha do Somme, que deveria significar uma ação conjunta em larga escala, ficaria agora a cargo fundamentalmente dos ingleses. Prevista para iniciar-se em agosto, precisou ser adiantada em mais de um mês. A pressão alemã sobre Verdun exigia a abertura de uma nova linha de frente. Não para antecipar o fim da guerra, mas para aliviar o Exército francês. Uma das batalhas mais sangrentas da história estava prestes a começar.