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Reescrevendo o passado

Hugo Chávez afirma que Bolívar foi assassinado

Araújo Silva Publicado em 01/03/2008, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
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A imagem de personagens do passado costuma variar de acordo com o que acontece no presente, mas poucas mudaram tanto quanto a de Simón Bolívar (1783-1830). Agora a morte do “libertador” da América espanhola volta a ser notícia. Para o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, Bolívar não morreu de tuberculose, como se acredita, mas foi assassinado por uma conspiração imperialista. Em dezembro, durante um discurso de quase cinco horas em frente ao Panteão Nacional de Caracas, onde o herói está enterrado, Chávez disse que vai exumar Bolívar para saber o real motivo de sua morte.

Em vida, o militar liderou a luta que garantiu a independência de Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. Tão importante quanto sua vida foi sua influência após a morte. Outros presidentes da Venezuela já usaram o culto a ele em benefício próprio, caso de Antonio Guzmán Blanco (1829–1899) e Eleazar López (1883-1973). O Bolívar de Chávez é um homem popular que lutou contra as oligarquias, quando sabe-se que o líder admirava os Estados Unidos e era um liberal que acreditava que a elite crioula revolucionaria a região.

“Na historiografia dos séculos 19 e 20, Bolívar aparece como libertador, revolucionário ou militar, atendendo ao santo da hora”, diz Fabiana Fredrigo, professora da Universidade Federal de Goiás que analisou 2 815 cartas do líder em sua tese de doutorado. Para ela, a questão da morte de Bolívar nunca foi motivo de polêmica. “Em cartas de 1825 [cinco anos antes de sua morte] ele se queixa de febres e crises durante a noite. É bem provável que tenha mesmo morrido de tuberculose.”