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São Cristóvão

O gigante que carregou Jesus Cristo nos ombros e levou os ensinamentos do mestre pelo mundo

01/03/2007 00h00 Publicado em 01/03/2007, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
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Julho 25

Nascimento: No século 3, em Canaã, na Palestina

Morte: Em 250, em Samos, na Lícia, ou em 308, na Antioquia (ambas na atual Turquia)

Cristóvão era o nome de batismo cristão de Réprobo – do latim reprobu, que significa “malvado”. O nome é derivado do grego christophoros, que quer dizer “o portador de Cristo”. Mas sua devoção ao cristianismo só aconteceu depois de conhecer o diabo e se decepcionar com ele.

Segundo relatos da Idade Média, ele media 12 côvados de altura, o que equivale a 7,92 metros. Um verdadeiro gigante. “Contam que ele era um homem muito orgulhoso, um ateu que só tinha preocupação material e queria prestígio”, diz o padre Mário José Neto, da paróquia de São Cristóvão, em Belo Horizonte.

Alto e forte, ele sonhava em servir ao príncipe mais poderoso do mundo, um desafio digno de seu tamanho. Para alcançar seu objetivo, percorreu o Oriente Médio à procura de reis e governantes que o fizessem escravo. O gigante trabalhou até para o diabo, mas quando o patrão fugiu depois de passar por uma cruz, percebeu que ele não era tão poderoso e decidiu ir atrás daquele que o intimidou: Jesus.

Enquanto procurava o messias, um eremita o avisou que ele só conseguiria servir a Cristo se fizesse jejum ou caridade. Cristóvão não desistiu de seus ideais e passou a carregar no ombro pessoas que queriam atravessar um rio de correnteza forte. Uma vez, um menino o procurou e pediu para ser levado à outra margem. Ao longo da travessia, porém, a criança começou a pesar muito, cada vez mais e mais. Graças à força do gigante, chegaram ao destino.

O menino, então, revelou: “Não se espante, Cristóvão, você não somente teve o mundo sobre si como carregou em seus ombros aquele que criou o mundo. Eu sou Cristo, seu rei, cuja obra você tem servido”. A vida do gigante foi transformada a partir daquele dia. Ele entendeu que deveria carregar agora os ensinamentos de Jesus por todos os cantos. Sendo assim, tornou-se um pregador fervoroso da fé cristã.

Conta-se que, durante uma visita à cidade de Samos, na região da Lícia (na atual Turquia), Cristóvão foi ridicularizado ao fazer suas orações. Não só isso. Recebeu tapas de juízes que zombavam dele. Nesse momento, ele arremessou seu cajado ao chão e o objeto se cobriu de flores e frutos. Sua atitude acabou convertendo 8 mil pessoas. Antes disso, no dia seguinte em que carregou Jesus nos ombros, Cristóvão também teria visto o seu cajado dar flores e frutos, só que sob a forma de uma árvore. Por esse fato, mais tarde, tornou-se o padroeiro dos jardineiros.

Tais milagres chegaram aos ouvidos do rei, que mandou prendê-lo. Cristóvão, porém, não se intimidou diante do tirano e recusou-se a idolatrar os deuses pagãos. Por essa atitude, foi levado à prisão. Como o gigante não queria negar a sua fé, foi submetido a uma série de provações.

Na primeira investida contra o cristão, o soberano levou duas lindas mulheres, Nicéia e Aquilina, para a cela do gigante. As duas tentaram a todo custo seduzi-lo, mas não conseguiram e ainda acabaram se convertendo ao cristianismo, para aumentar o ódio do rei.

Na segunda, submeteu seu inimigo a várias torturas. No início, foram espetadas com varas de ferro. Depois, amarraram-no a um recipiente de ferro quente e cheio de piche e, por fim, acabou preso a um poste, sob a mira das flechas de 400 arqueiros. Mas o gigante resistia bravamente. Ora o ferro derretia sem tocá-lo, ora as flechas paravam no ar antes de atingi-lo.

Uma das flechas, no entanto, acertou o olho do rei. Foi quando Cristóvão sugeriu que o tirano passasse no olho seu sangue, depois de matá-lo, para ter a visão de volta. E assim aconteceu. Cristóvão foi decapitado e o rei recuperou o olho. Depois disso, converteu-se ao cristianismo.

A história de Cristóvão é repleta de características míticas. Uma possibilidade é que parte do relato possa ter sido inspirado pela figura de Atlas, o titã da mitologia grega que foi condenado por Zeus a “carregar o firmamento sobre os ombros”. Esse foi um castigo por ter entrado em guerra contra os deuses do monte Olimpo. Outra coincidência é que tanto Atlas quanto Cristóvão eram gigantes.

No início do século 5, foi construída a primeira capela em sua homenagem, na Calcedônia. A partir do século 9, os franceses o adotaram. Na Idade Média, cidades cortadas por canais, como Veneza, começaram a cultuá-lo. Os moradores pediam que o gigante os salvasse de enchentes. No século 14, quando a peste negra, disseminada por ratos, tomou conta da Europa, ele entrou para o grupo dos 14 santos auxiliares da Igreja, invocados para proteger da epidemia. Além dele, o grupo era formado por Santa Catarina de Alexandria, Santa Bárbara, São Giles, Santa Margarete, São Jorge, São Phantalon, São Vito, São Erasmo, São Brás, São Eustáquio, Santo Acácio, São Denis e São Ciríaco.

A partir do século 17, a devoção a São Cristóvão perdeu força e só no 20 os europeus recuperaram seu interesse por ele. O santo começou a ser lembrado como protetor dos condutores. Isso aconteceu graças ao surgimento dos automóveis e do trânsito. Um fato ajudou a disseminar a fé nele. Em 1905, a rainha italiana Margarida de Sabóia viajava pelo Valle D’Aosta quando pastores atiraram pedras contra seu veículo e quebraram os faróis. Sem conseguir enxergar, seu motorista se agarrou à medalha de São Cristóvão e evitou um acidente.

No Brasil, a devoção ao santo chegou com os primeiros portugueses – como sugere a criação do quarto município do país, a cidade de São Cristóvão, em Sergipe. No Rio de Janeiro, a igreja de São Cristóvão existe desde 1627, quando ficava dentro de uma fazenda, e a cidade tem um bairro que leva seu nome.

A festa brasileira do santo acontece em meio a buzinas e motores. Em Minas Gerais, os motoristas organizam carreatas em homenagem ao padroeiro. Em São Paulo, caminhoneiros partem da cidade de Guarulhos até a basílica de Nossa Senhora Aparecida levando a imagem de São Cristóvão. No Rio de Janeiro, taxistas, motoristas e caminhoneiros costumam pedir bênção aos seus veículos, levando chaves, documentos ou acessórios para receber água benta. Algumas paróquias utilizam a associação com o santo para conscientizar condutores sobre os perigos do trânsito.

Nome de batismo

O nome Cristóvão é derivado do grego christophoros, que pode ser traduzido como “o portador de Cristo” ou “aquele que carrega Cristo”. Seu nome, no entanto, já era entendido no sentido metafórico antes da lenda de que teria carregado o Menino Jesus nos ombros para atravessar um rio revolto. Indicava sua missão de levar os ensinamentos cristãos ao mundo, mesmo diante das constantes perseguições dos soldados do Império Romano.

O protetor dos viajantes

1. Ele era um homem de estatura muito alta. Dizem as lendas que media 12 côvados, que equivalem a aproximadamente 8 metros.

2. É representado atravessando um rio de correnteza forte, por onde conduzia, nos ombros, os moradores de uma aldeia.

3. O menino que leva nos ombros é Jesus Cristo.

4. No dia seguinte à travessia, o cajado que ele carregava se transformou em uma árvore com flores e frutas.

A oração

Ó São Cristóvão, que atravessastes a correnteza furiosa do rio com tanta firmeza e segurança, porque carregavas nos ombros o Menino Jesus, fazei com que Deus esteja sempre presente em meu coração, para que eu tenha essa firmeza, segurança e responsabilidade no volante do meu carro, e terei também forças para corajosamente enfrentar todas as correntezas, venham elas dos homens ou do espírito infernal. São Cristóvão, rogai por nós. Amém.