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São Francisco de Assis

O burguês que preferiu a pobreza para viver como Jesus e que teve as chagas de Cristo pelo corpo

01/03/2007 00h00 Publicado em 01/03/2007, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
Aventuras na História - Arquivo Aventuras

Outubro 4

Nascimento: Em 1182, em Assis, na Itália

Morte: Em 4 de outubro de 1226, em Assis, na Itália

Francisco Bernardone era filho de um rico casal de comerciantes de Assis, região central da Itália. Presença garantida nas festas da cidade, ele vestia-se com roupas caras e desfrutava das riquezas da época. Sua família pertencia a uma nova classe, a burguesia. Era fim do século 12 e o Ocidente passava pela transição da Idade Média para o Renascimento. As guerras eram comuns na época e os jovens iam para as batalhas para ganhar prestígio como soldados. Não foi diferente com Francisco.

Exatamente em uma delas, o rapaz ouviu uma voz que pedia para ele largar as batalhas e retornar a Assis para encontrar o sentido da vida. Nesse momento, Francisco deixou as festas e o luxo para dedicar-se às caminhadas e à meditação e tentar, assim, entender o chamado que recebeu.

Mas ele só compreendeu a mensagem depois de uma visita à igreja de São Damião. Novamente uma voz lhe disse para reconstruir aquele templo. O rapaz de 25 anos, então, fez o que achava certo: roubou tecidos da loja da própria família para custear a reconstrução da igreja em ruínas. Seu pai, Pedro, decidiu punir o filho e o mandou a julgamento em pleno início do século 13. Sentado no banco dos réus, Francisco explicou que tinha pressa em atender o Senhor e o bispo que comandava a sessão o perdoou do crime, mas o obrigou a devolver o dinheiro furtado. O rapaz não só cumpriu a pena imediatamente como tirou suas roupas e disse que restituiria o pai de tudo o que havia lhe dado.

Francisco passou a viver sem posse alguma. Vestido com uma túnica velha, ele visitava leprosos e reconstruía igrejas com materiais doados. Para sobreviver, comia o pouco que ganhava das pessoas. Foi nesse período que compreendeu o chamado para “reconstruir a igreja em ruínas”. Na verdade, a voz queria que sua missão se aplicasse a toda Igreja Católica. Francisco começou então sua missão evangelizadora.

No início, a população de Assis o via como um mendigo, nascido em família rica, que pregava a palavra de Deus em mercados. Algumas pessoas, porém, foram tocadas e acabaram por ser seus seguidores. Os primeiros eram dois homens ricos: Bernardo de Quintavalle e Pedro Cattani. Em 1208, após ouvirem a pregação de Francisco, venderam tudo o que tinham e se tornaram peregrinos nas viagens com missão evangelizadora. Um ano mais tarde, o número de seguidores chegava a 11. Da Itália, seguiram para outros países europeus, Egito e Marrocos.

Francisco procurava imitar a vida de Jesus em detalhes. Em 1224, ele fez um retiro espiritual em uma cabana da Toscana durante a quaresma e pediu a Deus que o fizesse sentir as dores do messias. Prontamente, feridas surgiram em suas mãos e seus pés, como as chagas de Cristo – o que é considerado pela Igreja o primeiro caso de estigmatização do cristianismo. Após o episódio, sua saúde ficou debilitada e ele morreu dois anos depois, aos 44 anos.

A Ordem Franciscana foi criada em 1209 pelo papa Inocêncio III, que aprovou o modo de vida de Francisco. A devoção ao santo se espalhou antes de sua morte, durante suas peregrinações, e a veneração a ele, logo de início, ganhou força na França, Alemanha e Inglaterra. Hoje, a ordem em sua homenagem é uma das mais importantes fraternidades da Igreja Católica.

A ordem é dividida em três. A primeira é formada pelos frades menores – capuchinhos e conventuais – e só homens fazem parte dela. Eles tornam-se freis (irmão, em latim) depois de passar três anos estudando e convivendo com os franciscanos. Todos são obrigados a fazer voto de castidade, pobreza e obediência e trabalham como pregadores itinerantes. A segunda é chamada Ordem das Clarissas. Fundada no início do século 12 por Santa Clara de Assis, uma moça rica que abdicou de tudo para seguir São Francisco, ela só admite mulheres que queiram viver segundo os ideais franciscanos. A terceira é dividida entre regular (formada por religiosos) e secular (reservada aos leigos). Nessa fraternidade, todos vivem segundo o exemplo de São Francisco, mas sem se submeter ao rigor dos votos.

No Brasil, a ordem tem cerca de 40 mil pessoas, o que faz do país a maior sede da fundação no mundo. Os franciscanos chegaram por aqui em 1500, nas caravelas de Pedro Álvares Cabral, e se instalaram definitivamente três anos depois. São 191 paróquias dedicadas ao santo no Brasil.

São Francisco foi eleito patrono dos ecologistas em 1978 pelo papa João Paulo II. A razão da homenagem é devido às ocasiões em que o santo pregou para animais. Uma vez, disse a gralhas e corvos: “Meus irmãos pássaros, vocês devem louvar seu Criador e amá-lo sempre”. E ficou conhecido por tratar os animais com respeito.

O santo da ecologia

1. São Francisco aparece com o traje que identifica os seguidores da ordem que criou: um manto com capuz e uma corda ao redor da cintura. Essa vestimenta simples indica o desprendimento do religioso e dos franciscanos.

2. É representado pregando o Evangelho aos pássaros, referência a um dos episódios mais marcantes de sua biografia.

A oração

Senhor,

Fazei de mim instrumento de vossa paz.

Onde houver ódio, que eu leve amor;

Onde houver ofensa que eu leve o perdão;

Onde houver discórdia, que eu leve a união;

Onde houver dúvida, que eu leve a fé;

Onde houver erro, que eu leve a verdade;

Onde houver desespero, que eu leve a esperança;

Onde houver tristeza, que e leve a alegria;

Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, fazei que procure mais consolar que ser consolado; compreender que ser compreendido; amar que ser amado. Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna. Amém.