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Terrorismo em Nova York

Tentativa de matar a primeira-ministra de Israel em 1973 vem à tona

Maria Dolores Duarte Publicado em 18/12/2009, às 03h56 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
Aventuras na História - Arquivo Aventuras

Uma das ações de contraterrorismo mais importantes do currículo da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos contou com sorte, muita sorte. Em 1973, três carros-bomba foram colocados em Nova York, no caminho da primeira-ministra de Israel, Golda Meir. A tentativa foi frustrada simplesmente porque os detonadores dos explosivos não funcionaram. Essa história só veio a público agora, 26 anos depois, com a libertação do principal envolvido no atentado.

Para entender o episódio, é preciso voltar à Olimpíada de Munique, em 1972, quando terroristas do grupo Setembro Negro invadiram o alojamento da delegação de Israel. A ação resultou na morte de 11 atletas. A reação de Golda Meir foi enérgica: "Nós vamos puni-los, onde quer que estejam". Nos meses que seguiram, Israel perseguiu e matou muitos dos envolvidos com o Setembro Negro.
O grupo arquitetou um contra-ataque audacioso: matar Golda Meir. Depois de uma tentativa abortada em Roma, os terroristas agiram em Nova York. Mas o plano falhou. Al-Jawary, o responsável por implantar as bombas, fugiu. Ele só seria preso em 1991.

Comédia de erros
Todos os passos do ataque frustrado a Golda Meir

1º de março de 1973

Além de passar por Nova York, a premiê fez um verdadeiro tour pelos Estados Unidos. Esteve em Miami, em Boston e em Washington, onde se encontrou com o presidente Richard Nixon (1913-1994). A conversa, amigável, foi seguida de um jantar em homenagem a Golda.

4 de março

Al-Jawary estaciona um carro alugado perto do terminal da El-Al Airlines, no aeroporto JFK. Dentro do veículo está uma bomba caseira programada para explodir quando Golda Meir chegasse. Mas o artefato falha. Nesse mesmo dia, Golda vai a um jantar na casa do embaixador de Israel.

5 de março

Outros dois carros-bomba haviam sido colocados diante dos bancos First Israel Bank and Trust, na rua 47, e Israel Discount Bank, na rua 43. Ambos falharam, e no dia seguinte foram rebocados até o píer 56, à beira do rio Hudson. Enquanto isso, o outro veículo continuava no aeroporto.

6 de março

A Agência Nacional de Segurança intercepta mensagens de diplomatas iraquianos para Bagdá. Às 19h15, a polícia de Nova York e o FBI começam a procurar as bombas. Na mesma noite, Golda discursa em um jantar: "Paz acima de tudo, mas não paz a qualquer preço".

7 de março, manhã

A empresa de locação responsável pelos veículos encontra os dois que haviam sido rebocados e imediatamente informa a polícia. No mesmo dia, o terceiro carro é localizado no aeroporto JFK, onde ficou parado durante três dias, sem chamar atenção.

7 de março, noite

O esquadrão antibombas da polícia local desativa os artefatos, bombas caseiras feitas com gasolina e plástico explosivo. Por segurança, um deles é detonado. Se realizada como previsto, cada explosão teria atingido centenas de pessoas.

O homem das bombas
Al-Jawary derrubou avião

Ele diz que se chama Khaled Mohammed El-Jassem. Mas o FBI tem dúvidas em relação à identidade de Khalid Al-Jawary. Certo mesmo é que o homem de 63 anos é de origem palestina e participou de diversos atentados promovidos pelo Setembro Negro. Entre suas ações estariam o atentado contra Golda Meir e o ataque que derrubou um avião da TWA, em 1974, matando 88 pessoas que iam de Tel Aviv para Atenas. Condenado a 30 anos de cadeia em 1993, em fevereiro deste ano foi libertado no Colorado, nos Estados Unidos, e levado ao Sudão.