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Trem-bala: Velocidade máxima

Inaugurado no Japão em 1964, o primeiro trem-bala corria a 220 km/h

Fabiano Onça Publicado em 01/03/2008, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
Aventuras na História - Arquivo Aventuras

Durante a reconstrução que se seguiu à Segunda Guerra Mundial, o Japão esteve diante de um grande problema. O país já tinha uma extensa rede de portos para o transporte de carga, mas seus habitantes não conseguiam viajar com agilidade. A melhor alternativa eram os trens, mas o território não ajudava. Como cerca de 70% do relevo do país é coberto por montanhas, as ferrovias faziam grandes desvios e as composições andavam devagar.

Foi aí que os japoneses iniciaram sua revolução. Em 1959, começaram as obras do primeiro trecho de uma ferrovia de trens-bala, entre Tóquio e Osaka. Em vez de contornar as serras, as construtoras dinamitaram o interior das montanhas e criaram túneis. A inauguração do primeiro modelo, o Série 0, aconteceu em outubro de 1964. Atualmente, o Japão possui 2 459 quilômetros de linhas de alta velocidade, com modelos de séries como 300, 700 e 800. As Série 0, que entraram para a história como as primeiras do mundo, ainda estão em operação, mas por pouco tempo. Depois de uma bela carreira de 44 anos, elas serão aposentadas em 2008.

Revolução sobre trilhos

O modelo japonês era inovador em vários sentidos

Luzes e placas

O Série 0 era sinalizado como os outros tipos de trem, com luzes e placas. Hoje, todos os modelos usam um sistema computadorizado, que recolhe as informações no caminho e as disponibiliza para o maquinista em uma tela.

Estaca zero

Na hora de construir os primeiros trens de alta velocidade, o Japão fez uma escolha radical. Os trens-bala precisavam de bitolas (como é chamada a distância entre os trilhos) maiores do que o padrão local. Ao invés de reformar as linhas, eles fizeram novas vias férreas exclusivas.

Sem aperto

Por dentro, os Série 0 tinham duas fileiras de poltronas de cada lado. As janelas eram pequenas e a decoração, espartana. Alguns dos modelos posteriores, como o Série 700, têm uma decoração mais sofisticada, com materiais feitos à base de bambu, mas o aperto é maior – um dos lados tem três fileiras de poltronas.

Dentro da rocha

Antes da invenção deste modelo, os melhores trens japoneses andavam a 100 km/h. Graças aos túneis escavados nas montanhas, passou a ser possível viajar pelo país a 220 km/h. O serviço promete ficar ainda mais veloz. Em viagens experimentais, novos modelos de trens-bala já alcançaram 443 km/h.

Rede eletrificada

O combustível destes trens não é carvão, mas sim eletricidade. Para isso, foi necessário eletrificar a rede ferroviária inteira. Todos os eixos dos carros tinham um motor de tração de 185 quilowatts. Esse padrão se manteve nos modelos posteriores.

Vovô de respeito

O Série 0 inspirou até o mais moderno trem em operação

Os modelos de trem-bala que surgiram nos últimos 40 anos seguem o padrão do Série 0. O mais modernos deles, o Série 800, começou a circular em 2004. Ele não é muito diferente do original. A velocidade ficou maior: hoje são 260 km/h, 40 a mais que o Série 0. O número de vagões também mudou. Originalmente, eram 12 por trem, e agora são apenas seis. Mas a maior diferença ficou por conta do design. O Série 0 tinha um nariz que parecia muito com o avião Douglas DC-8, um jato comercial do fim da década de 50. O modelo mais recente tem um nariz afunilado, que já havia sido usado nos trens da série 300.