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Matérias / Mundo

Uma ideia afiada: A história das inventivas lâminas de barbear

Popularizadas depois da Primeira Guerra, as giletes revolucionaram o autocuidado e tornaram seu inventor um ícone mundial

Fabio Marton Publicado em 05/09/2021, às 10h00

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Anúncio publicitário dos produtos da Gillette - Domínio Público/ Creative Commons/ Wikimedia Commons
Anúncio publicitário dos produtos da Gillette - Domínio Público/ Creative Commons/ Wikimedia Commons

Diz a lenda que o norte-americano King Camp Gillette tirou a inspiração que o fez inventar suas mundialmente famosas lâminas de barbear ao observar tampas de garrafa, que ele vendia nos anos 1890, jogadas no lixo.

“Um bom negócio é vender algo que é usado poucas vezes e depois descartado, fazendo com que o consumidor tenha de comprá-lo novamente”, pensou. Esse “algo” seriam lâminas de barbear, baratas ao ponto de poderem ser jogadas fora e que já vinham afiadas de fábrica. As “giletes” eram mais práticas e saíam muito mais em conta do que as navalhas usadas então, que precisavam ser levadas aos barbeiros para ser afiadas.

Durante alguns anos, King Gillette trabalhou na sua ideia junto com engenheiros. O desafio era produzir uma lâmina de aço fina e cortante e idealizar o aparelho de barbear que permitisse usá-la com segurança. Foi só em 1901, quando já estava com 46 anos, que ele pôde patentear sua invenção.

Fotografia de King Camp Gillette / Crédito: Domínio Público/ Creative Commons/ Wikimedia Commons

Se King já mereceria o título de gênio por ter transformado a maneira milenar de os homens se barbearem — escavações no Egito encontraram lâminas feitas em ouro e bronze semelhantes a navalhas fabricadas há seis mil anos —, ele também esteve à frente de seu tempo nas ações de marketing e publicidade.

A mais marcante delas foi ilustrar as caixinhas de lâminas com uma imagem do seu próprio rosto. Seu bigode, que lembrava vagamente o do soviético Josef Stalin, e o rosto primorosamente barbeado tornaram-se um ícone reconhecido pelos homens em todo o planeta. Além disso, as embalagens traziam a assinatura pessoal de King, como se fosse a firma reconhecida que atestava a origem do produto. Um golpe publicitário de mestre.

É verdade que a lâmina de barbear e o aparelho que permitia seu uso não foram uma invenção de Gillette. Isso porque um aparelho bastante semelhante havia sido patenteado alguns anos antes também nos Estados Unidos. Mas não há dúvidas de que seu produto foi, de longe, o grande vencedor da categoria, transformando o nome “Gillette” em sinônimo de lâmina de barbear.

Fotografia do kit enviado para os soldados da Primeira Guerra / Crédito: Joe Haupt/ Creative Commons/ Wikimedia Commons

Os números da empresa de King, a Gillette Safety Razor Company, fundada em 1901, mostram o tamanho do sucesso. Em 1903, ele vendeu 51 aparelhos e 168 lâminas; em 1904, 90.884 aparelhos e 123.648 lâminas.

Em 1915, fabricadas nos EUA, Canadá, Reino Unido, França e Alemanha, foram vendidos 450 mil aparelhos e mais de 70 milhões de lâminas. Um dos maiores empurrões em vendas e publicidade viria em 1918, quando os EUA entraram na Primeira Guerra. Cada soldado recebeu um conjunto de aparelho e lâminas da Gillette, pagos pelo governo.

A primeira fábrica da empresa no Brasil foi inaugurada em 1926, no bairro de Vila Isabel, no Rio de Janeiro. Em 2005 a Procter&Gamble comprou a Gillette por US$ 57 bilhões, uma das maiores transações do gênero já realizadas.


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