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Curiosidades / Música

Perseguição na ditadura e sociedade alternativa: 5 fatos pouco conhecidos sobre Raul Seixas

O Maluco Beleza foi um dos mais icônicos e autênticos artistas da história da música brasileira, misturando ocultismo e rebeldia

Isabela Barreiros Publicado em 08/01/2021, às 16h00

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Raul Seixas, cantor brasileiro - Divulgação
Raul Seixas, cantor brasileiro - Divulgação

1. Caixão roubado por fãs

O Maluco Beleza, como era conhecido Raul Seixas, faleceu no dia 21 de agosto de 1989. Vítima de uma pancreatite aguda causada pelo abuso de bebidas, ele subiu no Trem das Sete com apenas 44 anos. Mas como na vida, a morte não poderia ser uma situação ordinária, e, durante seu funeral em uma capela na Bahia, 100 pessoas invadiram o local.

Marcelo Nova, cantor e amigo de Raul, descreveu depois que ouviu o barulho de uma multidão que, sem dó, entrou cantando Sociedade Alternativa e roubou o caixão do astro. "Eles queriam levar o corpo de Raul pra passear, pra fumar maconha, pra enfiar baseado na boca dele! Eles gritavam: ‘Raul não morreu! Ele tá vivo! Vamos levar ele pra tomar uma!’”, relatou. Mas a euforia da multidão rapidamente baixou, e os fãs homenagearam a lenda no próprio velório.


2. Sociedade alternativa

Crédito: O Pasquim

Raul era um indivíduo excêntrico. No início da década de 1970, junto a Paulo Coelho, hoje escritor, se afundou em um mundo de misticismo. Inspirado pelo mago e ocultista britânico Aleister Crowley, criou um conceito utópico de uma sociedade livre: a Sociedade Alternativa.

Ela poderia ser alcançada por meio de uma filosofia de vida, a Thelema, que preza a liberdade total, com a lógica de que o indivíduo assume sua própria felicidade e busca o seu sentido da vida. A lógica thelemita é a da formação da Sociedade Alternativa. Muitas das canções do artista carregam essas ideias, como Gita, Novo Aeon, A Lei e Metamorfose Ambulante, por exemplo.


3. Perseguido na ditadura

É claro que toda essa esquisitice e liberdade pregada não passaria em branco para a ditadura militar, que se instalou no Brasil em 1964 e perdurou até 1985. O cantor Maluco Beleza foi duramente perseguido pelo regime, e foi obrigado a deixar o país.

Ele foi exilado nos Estados Unidos durante os primeiros anos do período militar e retornou apenas em 1974. A volta aconteceu principalmente devido ao sucesso de seu disco Gita (1974), que chegou a vender mais de 600 mil cópias.


4. Delator?

Paulo Coelho e Raul Seixas em 1973 / Crédito: Instituto Paulo Coelho

A publicação da biografia de Raul Seixas Não Diga Que A Canção Está Perdida (2019) no ano passado despertou novamente a teoria de que o artista teria entregado seu parceiro musical, Paulo Coelho, para o Dops durante a ditadura militar. Um documento do Centro de Inteligência do Exército constava que Raul havia sido interrogado antes da prisão de Paulo, que foi torturado durante duas semanas.

No entanto, outros registros revelam que isso pode ter sido consequência de uma confusão feita pelos militares. Eles podem ter trocado o militante de esquerda Paulo Coelho Pinheiro por outro Paulo, que não estava envolvido na luta contra o regime. A ficha utilizada para prender o escritor tinha o nome do ativista partido, além do partido pelo qual ele atuava, o Comunista Brasileiro Revolucionário. Assim, a história não estaria relacionada com Raul Seixas.


5. Um impostor de si mesmo

Em 1982, Raul fazia um show para uma plateia de mais de 300 pessoas. Mas o público parecia não acreditar que ele era quem dizia ser —  estariam diante de um impostor. Garrafas e latinhas de cerveja começaram a ser jogadas em direção do cantor, que ficou assustado com a situação. Para a Globo, disse depois: “começaram a tacar coisas em mim, e comecei a ficar nervoso. Acho que foi um boato, que não era eu que tava cantando.”.

A situação se tornou tão drástica que ele teve que abandonar o palco e se dirigir ao seu camarim, atônito. Mas o episódio não termina aí. Um inspetor de polícia vivia próximo à casa de show onde estava sendo realizada a apresentação na cidade de Caieiras. Imediatamente, os fãs foram até a residência do oficial e pediram a prisão do impostor, que foi encarcerado e agredido. Ele só foi liberado depois de sua esposa, Ângela, chegar na delegacia com os documentos do cantor.


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