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Curiosidades / União Soviética

Durante a Segunda Guerra, cachorros eram usados como explosivos pela União Soviética

Quase em uma "missão suicida", os animais eram treinados para detonar bombas em tanques alemães

Isabela Barreiros Publicado em 30/11/2019, às 08h00

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Militares soviéticos e cães anti-ataque durante a Batalha de Moscou, em 1941 - Getty Images
Militares soviéticos e cães anti-ataque durante a Batalha de Moscou, em 1941 - Getty Images

Durante a Segunda Guerra Mundial, inúmeros países começaram a desenvolver algumas técnicas de batalha, no mínimo, bizarras. Tudo valia para tentar vencer o conflito global. A União Soviética, portanto, não ficou para trás nesse quesito e investiu em uma tecnologia insólita para a batalha.

As forças armadas soviéticas decidiram, em 1924, que cães poderiam ajudar o exército em guerras. A partir dessa resolução, começaram a ser criadas escolas de treinamento para cães, no intuito de que eles pudessem participar ativamente em conflitos armados. Como cães policiais ou até mesmo caçadores, os animais passaram a ser levados a sério em mais de doze escolas em Moscou.

Os cães eram geralmente da raça pastor-alemão e, no começo da operação, treinados para encontrar minas terrestres, carregar suprimentos e também resgatar pessoas. Mas seu compromisso militar ainda se transformaria em uma espécie de “missão suicida”.

A partir dos anos 1930, eles passaram a levar bombas para o tanque inimigo e fugir. Depois disso, quem estivesse responsável pelo manuseio das bombas as acionariam pelo controle remoto ou ela poderia simplesmente ter um temporizador que a ativasse quando fosse necessário.

Crédito: Wikimedia Commons

Mesmo assim, isso não pareceu ser o suficiente para os militares soviéticos. Os cachorros também não conseguiam apenas abandonar os explosivos próximos ao transporte de guerra. É aí que surge a ideia de usar os próprios animais como minas antitanques móveis — mesmo que para isso fosse necessário que eles morressem durante o ato.

Os cães teriam que ir até o tanque inimigo, portando uma bomba. Ao passar por baixo dele, o dispositivo seria acionado e, esperançosamente, poderia desativar o veículo bélico em questão. A operação com certeza causaria sua morte, o que pode caracterizá-la como uma missão suicida feita por cachorros.

Durante os treinamentos, isso parecia funcionar. Mas logo que eles foram enviados ao conflito real foi possível perceber que na prática a teoria dos soviéticos não funcionaria como previsto.

Em 1941, 30 cães anti-tanque estavam presentes no conflito contra alemães que haviam invadido o território soviético. O desempenho deles foi tão ineficaz que os próprios russos foram acusados de estarem sacrificando os animais.

Muitos deles simplesmente não iam para baixo dos tanques alemães na tentativa de paralisá-los. Não há como culpar os cachorros, que além de terem de executar uma tarefa difícil, estavam sendo baleados, diferentemente do que acontecia durante seus — quase — tranquilos treinamentos.

Crédito: Wikimedia Commons

Além disso, o adestramento estava sendo realizado com tanques soviéticos, não alemães. Os diferentes cheiros dos combustíveis fazia com que os cães não reconhecessem de maneira correta o local necessário para ir. Às vezes, até explodiram os veículos militares das pessoas que haviam os treinado, em vez dos inimigos.

A maioria avassaladora dos casos em que os animais foram à guerra foi uma derrota. No entanto, existe um caso em que eles conseguiram parar 12 tanques no total, sendo 16 cachorros no ataque. O evento em questão foi a Batalha de Kursk, entre julho e agosto de 1943, travada entre as forças armadas da Alemanha e da União Soviética na Frente Oriental.

Mas depois disso, eles passaram a ser utilizados cada vez menos durante os conflitos em que a Rússia estava envolvida — e outros países também passaram a utilizados nesse meio tempo. Japão e Estados Unidos investiram na tecnologia dos cães anti-tanque. Mais recentemente, em 2007, alguns ainda lançaram cachorros em meio à Guerra do Iraque, por mais estranho que isso ainda possa parecer.

*Com informações de: rbth, War History Online, gizmodo e zmescience.


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