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Curiosidades / Espanha

Como o cadáver do temido cavaleiro El Cid derrotou um exército inteiro

El Cid tinha uma reputação tão aterrorizante para os muçulmanos invasores da Península Ibérica que sua fama foi posta à prova depois da morte

Caio Tortamano Publicado em 15/02/2020, às 17h00

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Representação da última batalha de El Cid - Wikimedia Commons
Representação da última batalha de El Cid - Wikimedia Commons

Rodrigo Díaz de Vivar, conhecido como El Cid (O Lorde), era tido como o guerreiro mais hábil de toda a Espanha. Ele comandou campanhas militares contra o irmão mais novo do rei Ferdinando, que tentava o derrubar do trono, e também defendia o reino das investidas muçulmanas ao sul.

Mas Rodrigo era, primeiramente, porta estandarte do filho de Ferdinando, Sancho, que viria a ser rei um tempo depois. Porém, o tempo do rei no trono foi interrompido depois que ele foi assassinado, e seu irmão, Alfonso, assumiu o trono da Espanha.

El Cid desconfiava que se tratava de um árduo golpe do irmão para atingir Sancho. A influência do guerreiro era tanta que, para eliminar essa dúvida de uma vez por todas, arrastou Alfonso de sua cama até a catedral da cidade, onde foi obrigado a jurar em local sagrado que não tinha nada a ver com a morte do antigo rei.

O atual monarca proferiu sua inocência, mas a humilhação que ele foi obrigado a passar graças ao temido Lorde foi dificilmente engolida. Pouco tempo depois, Rodrigo tinha sido exilado e obrigado a trabalhar para os líderes muçulmanos em Zaragoza, na Espanha.

Ao longo de 10 anos, Cid solidificou sua vida no local, e até conseguiu comprar terras de sua própria posse, mas logo ele teria que abdicar a vida pacata para voltar a servir na Espanha. O rei Alfonso estava com dificuldades para enfrentar as ofensivas dos muçulmanos e implorou para que Rodrigo retornasse do exílio.

Ele aceitou, mas não pelo rei, e sim para ter um retorno triunfante para a vida respeitosa que um dia teve. As tropas de El Cid reconquistaram a cidade de Valencia, em 1091, e, três anos depois, os muçulmanos tentaram reconquistar o local, que foi outra vez protegido pelo icônico combatente.

Valencia, entretanto, ficou em estado de cerco durante 1099, e o lendário El Cid morreu aos 56 anos devido à falta de recursos pela qual a cidade passava. Como consequência, sua esposa, Jemina, teve uma ideia que ainda habita o imaginário popular dos espanhóis.

Ela ordenou que a armadura fosse colocada no cadáver de seu marido, que seria amarrado a um cavalo e enviado para aterrorizar as tropas muçulmanas despreparadas. Quando as tropas inimigas se depararam com o maior ícone da resistência espanhola avançando corajosamente contra todos, não sobrou alternativa senão recuar.

Valencia acabaria cedendo aos avanços dos estrangeiros, e só seria reconquistada 125 anos depois. Jimena levou o corpo de seu marido para a cidade de Burgos, enterrando ele na catedral da cidade.


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