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Curiosidades / Personagem

Há exatos 54 anos, James Bedford era congelado para ser revivido no futuro

Confira 5 curiosidades sobre a bizarra saga do homem que queria ser ressuscitado

Caio Tortamano Publicado em 12/01/2021, às 08h00

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O congelamento do primeiro paciente, James Bedford - Wikimedia Commons
O congelamento do primeiro paciente, James Bedford - Wikimedia Commons

Enquanto muitos buscam pela fonte da juventude desde século 16, James Bedford foi além. Ao descobrir que estava com uma grave doença, Bedford pensou em algo inesperado: o seu corpo seria congelado com o objetivo de ser ressuscitado anos depois.

Pensando nisso, conheça cinco fatos sobre esse curioso caso. 

1. Quem era Bedford?

James Hiram Bedford nasceu em 1893. Dava aulas de psicologia na Universidade da Califórnia. A sua ocupação profissional não tinha muito a ver com a tecnologia pioneira da qual ele é cobaia. Enquanto vivo, escreveu uma extensa bibliografia de aconselhamento ocupacional.

Bedford anos antes da morte /Crédito: Divulgação

Em 1967, porém, Bedford acabou falecendo por conta de um severo câncer que tinha atingido o seu rim e formado metástase, até então sem cura. No entanto, seu destino pós-morte já estava definido.


2. Criopreservação

A companhia Life Extension Society ofereceu congelar gratuitamente um voluntário que estivesse num estado crítico de saúde e topasse participar do projeto. James foi uma das pessoas que receberam a oferta. No entanto, o acadêmico acabou recusando a oferta. Provavelmente não se imaginava tão próximo da morte. 

Todavia, diante do agravamento de sua condição decidiu participar do experimento com dinheiro do próprio bolso, desembolsando 100 mil dólares em seu testamento para a pesquisa com criônica, para que, um dia, consigam descobrir um método de reviver as pessoas. Poucas horas após o óbito, seu corpo começou a ser preservado.


3. Processo de preservação

Para que conseguisse evitar o envelhecimento do corpo, seu sangue foi substituído por dimetil sulfóxido, composto capaz de evitar que as células humanas sejam destruídas no congelamento. Em seguida, o corpo foi depositado numa cápsula, onde permanece desde 1967 sob uma temperatura de -196°C com nitrogênio líquido.

Médicos preparam corpo para criopreservação  em 1985 / Crédito: Wikimedia Commons

O processo utilizado no professor foi se aperfeiçoando ao longo dos anos. Atualmente existem métodos que podem preservar mais o cadáver do que o procedimento utilizado em James — isso tudo, como consequência, torna mais improvável que volte a vida.


4. Turnê

Desde que foi criopreservado, Bedford passou por inúmeros laboratórios onde ficou hospedado por um tempo. Foram cinco estabelecimentos, incluindo uma instalação criada pela própria família de James, que seguia todos os requerimentos para preservar seu corpo. Foi em 1982 que James, finalmente, se estabeleceria num lugar definido, mais precisamente na Fundação Alcor de Extensão de Vida, em Scottsdale, no Arizona

Em 1991, a condição de seu corpo foi avaliada para saber em que pé andava a conservação do cadáver. Fora constatado que sua temperatura externa permaneceu abaixo de zero, o tempo todo que esteve em armazenamento.


5. Contexto e importância

Bedford / Crédito: Divulgação

Quando foi congelado, no final da década de 60, a medicina avançava de maneira impressionante. Se fosse possível reviver James, todo o conceito de morte como conhecemos teria que ser alterado — isso porque consideramos o óbito como estado em que a consciência não pode ser recuperada definitivamente.

Desde Bedford, mais de 300 pacientes se submeteram aos insólitos processos que são realizados principalmente nos Estados Unidos e em um laboratório da Rússia. Algumas dessas cobaias congelaram apenas suas cabeças, acreditando ser possível reconstruir o resto do corpo.


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