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Curiosidades / Estados Unidos

EUA já teve plano militar para impedir apocalipse zumbi?

Conheça o CONOP 8888, o documento com estratégias para livrar a população da ameaça ‘não-humana’

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 05/05/2020, às 16h00 - Atualizado em 04/12/2022, às 00h00

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Cena de The Walking Dead - Divulgação/AMC
Cena de The Walking Dead - Divulgação/AMC

“Os zumbis são terrivelmente perigosos para toda a vida humana e as infecções por zumbis têm o potencial de prejudicar seriamente a segurança nacional e as atividades econômicas que sustentam nosso modo de vida. Portanto, ter uma população que não é composta de zumbis ou que corre o risco de sua influência maligna é vital para os interesses nacionais dos EUA e dos Aliados."

Esse trecho pode até parecer ter sido retirado de um livro ficcional ou dos roteiros de séries distópicas como The Walking Dead, mas esse resumo sobre as preocupações de uma ameaça zumbi estão em um documento real elaborado por planejadores militares dos Estados Unidos, que detalha como o país pode responder melhor caso ocorra uma invasão de mortos vivos ambulantes. O relatório em questão é conhecido como CONOP 8888.

Este relatório não foi realmente concebido como uma piada”, começa o arquivo. E, de fato, por mais bizarro ou surreal que pareça, ele não é.

Datado de abril de 2011, o CONOP 8888 é o trabalho de planejadores militares do Comando Estratégico dos EUA (USSTRATCOM), em Omaha, no Nebraska. Um dos dez comandos unificados do Departamento de Defesa que empregou pessoas de todo os ramos das forças armadas para fornecer um número de Serviços de Defesa Nacional em larga escala.

Trecho do CONOP 8888/ Crédito: Reprodução

E foi justamente essa organização que criou um plano de defesa contra os seres perambulantes. O CONOP 8888 só se tornou público graças a um relatório da Foreign Policy, que foi divulgado em 2014. Clique aqui para ler o artigo em inglês.

O documento fornece explicações detalhadas das várias questões legais políticas e práticas envolvidas em uma guerra contra os mortos-vivos.

O plano

“O direito internacional e dos EUA regula as operações militares apenas no que diz respeito à vida humana e animal. Quase não há restrições a ações hostis... contra formas de vida patogênicas, entidades orgânicas-robóticas ou zumbis 'tradicionais'”, diz o relatório.

Ao discutir como matar mortos-vivos, o plano passa por várias fases gerais que seriam o melhor ataque anti-zumbi. Na primeira delas, as autoridades instruirão os militares e o público sobre como os seres agem e como eles podem ser mortos.

Cartaz com a instrução: "Zumbis não te amam! Mire na cabeça!"/ Crpedito: Todd via Wikimedia Commons

A segunda fase, chamada de dissuasão, aponta que “os zumbis não podem ser dissuadidos”, mas exige uma ampla variedade de operações para restaurar a confiança na capacidade do governo de combater a ameaça.

Nas próximas duas, as forças militares conduzem varreduras de áreas infectadas, matando zumbis e queimando os corpos para remover a ameaça de infecção. E na etapa final, o governo reconstrói sua autoridade sobre a população civil e elimina os bolsões finais da resistência aos mortos-vivos.

Ameaça global?

E operações como essa não seriam realizadas apenas internamente, de acordo com a CONOP 8888. O relatório também espera que haja um elemento global em qualquer surto de zumbi, o que significa que os EUA planejarão coordenar ataques a mortos-vivos internacionais para proteger seus aliados estrangeiros — e inimigos.

Segundo o próprio relatório: “Como os zumbis representam uma ameaça para toda a vida humana 'não-zumbi', a USSTRATCOM estará preparada para preservar a santidade da vida humana e conduzir operações em apoio a qualquer população humana — incluindo adversários tradicionais”.

Do seu escopo internacional ao seu plano de ataque multifásico, o CONOP 8888 é notavelmente completo, cobrindo todos os tipos possíveis de mortos-vivos. O plano aborda primeiro os seres perambulantes patogênicos básicos, que recebem vida por um vírus. Existem também os zumbis de radiação, os criados de “experimentação oculta” e até os concebidos por quaisquer influências alienígenas.

O relatório se concentra principalmente em zumbis patogênicos e apresenta um cenário de pior caso, no qual a infecção se espalha rapidamente e cada morte fortalece a horda enquanto enfraquece os militares.

Cena de A Noite dos Mortos-Vivos (1968)/ Crédito: Divulgação

O relatório ainda faz menção especial ao Chicken Zombies, que foi o único a ser comprovado que existe, conforme explica um artigo publicado pela Fox News. Embora esses “frangos zumbis” existam, o fato de estarem incluídos no CONOP 8888 pode ser sua primeira indicação de que o plano não foi totalmente planejado a sério.

De acordo com um porta-voz do Comando Estratégico dos EUA, "o documento é identificado como uma ferramenta de treinamento usada em um exercício de treinamento interno, onde os alunos aprendem sobre os conceitos básicos de planos militares e ordenam o desenvolvimento por meio de um cenário de treinamento fictício".

Em outras palavras, o CONOP 8888 é basicamente um exercício de treinamento que apresenta um inimigo fictício, e não um plano real que seus autores imaginariam usar em campo.