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Curiosidades / Mundo

Corrida em alto-mar: os colossais navios windjammers

Apesar de pouco inovadores, os últimos navios comerciais a vela foram muito mais longe do que se imagina

Lucas Vasconcellos Publicado em 30/05/2021, às 10h00

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Fotografia do gigantesco Preussen - John Oxley Library/ Allan C. Green/ Creative Commons/ Wikimedia Commons
Fotografia do gigantesco Preussen - John Oxley Library/ Allan C. Green/ Creative Commons/ Wikimedia Commons

Para um observador casual, em 1902, a era da vela parecia definitivamente encerrada. Navios a vapor já tinham cerca de 119 anos de existência — o primeiro, o Pyroscaphe, havia navegado pelo Rio Saône, França, em 1783.

Ao longo do século anterior, inicialmente dotados de velas, abandonadas na década de 1880, eles haviam se mostrado capazes de navegar independentemente dos caprichos dos ventos. E, justamente por isso, conseguiam manter o prazo de entrega exigidos pelas muitas companhias marítimas.

Foi nesse ano, no entanto, que o maior veleiro de todos os tempos foi criado: o colossal Preussen, com capacidade para quase 8,1 mil toneladas de carga, com um deslocamento (peso) total de 11.150 toneladas — mais de dez vezes superior ao peso dos maiores navios da era das Grandes Navegações.

Fotografia do gigantesco Preussen / Crédito: Creative Commons/ Wikimedia Commons

O Preussen era um windjammer, o último modelo de navio a vela com relevância comercial. Foi uma resposta à era do vapor, o primeiro deles lançado 1875, o County of Peebles, fazendo uma rota da Grã-Bretanha à Índia. E uma grande resposta: em algumas rotas, eles só seriam aposentados depois da Segunda Guerra.

O nome é uma piada: quer dizer algo como “entupidor de vento” (ou, sendo criativo, “engolidor de vento”), usado jocosamente pelas tripulações dos vapores. Com cinco mastros, que se estendiam até 68 metros acima do casco, e 147 metros de comprimento (caso do Preussen), eram uma visão memorável.

E estavam longe de ser relíquias: eram feitos inteiros de metal e tinham, de fato, motores a vapor, que facilitavam manusear seu gigantesco velame. Com isso, podiam economizar em tripulação — 14 tripulantes bastavam para o bom funcionamento da embarcação — cerca de dez a menos de um vapor de tamanho similar, que carregava 1/3 de sua carga.

A enorme vantagem na capacidade vinha do fato de o navio não precisar de um reduto para armazenar carvão e água doce para as caldeiras, o que ocupava um grande espaço nos vapores, reduzindo sua carga útil.

Fotografia do colossal Preussen depois de sua colisão / Crédito: Domínio Público/ Creative Commons/ Wikimedia Commons

Eram também bem mais rápidos: o modelo alemão Herzogin Cecilie, de 1902, registrou 39 km/h — mais que o dobro de um navio a vapor. A velocidade, inclusive, condenaria o Preussen. Ele colidiu com um vapor que subestimou sua velocidade em 1910.

Como a quantidade de carvão e água de um vapor dependia da distância percorrida, a vantagem dos windjammers era proporcional à distância coberta. Locais como Austrália, portanto, se tornaram alguns dos principais destinos.

Com o tempo e a evolução dos vapores, os windjammers passaram a levar produtos não perecíveis cujo preço era muito baixo, como madeira e grãos, e a locais em que a rota não era considerada prioridade e os portos não tinham infraestrutura de abastecimento.


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