A era medieval foi marcada não só por invenções notórias, mas por aspectos perturbadores e a forte influência do cristianismo
O que um dia foi considerado erroneamente a Idade das Trevas, foi marcado por mil anos de criatividade e dinamismo que pouco discutimos. Com invenções importantes, o período marcou o fim do Império Romano, em 476, e o início de uma era de invenções como os óculos, o relógio mecânico, o papel, os botões e, até mesmo, as notas musicais.
Entretanto, a era medieval, que só terminou com a queda de Constantinopla, em 1453, também foi marcada por guerras brutais, com a inevitável falta de tecnologia e crenças, no mínimo, bizarras.
Confira abaixo cinco fatos macabros sobre a Idade Média.
O fato trágico envolve uma das histórias mais sombrias da Escócia — com tradição, morte e desespero. No século 15, ano de 1440, acontecia o Jantar Negro, que ficou marcado tanto na história do país como na corte do rei James II.
James II, da Escócia / Crédito: Wikimedia Commons
Temendo que o trono escocês estivesse sendo alvo de conspiração, sendo que o monarca anterior James I, já tinha sido assassinado, guardas do rei vigente convidaram William Douglas, de 16 anos, e seu irmão mais novo para um banquete; ambos pertenciam ao lado da oposição do reino.
Então, no meio do jantar, os funcionários colocaram uma grande cabeça de um touro preto na mesa do banquete. Era o sinal. Aquela ação marcava a morte iminente do convidado do evento, assim, os Douglas foram decapitados, mesmo contra a vontade de James. O episódio passou a ser conhecido como o Jantar Negro.
Não só a falta de tecnologia e estudos científicos contemplavam para as práticas bizarras da medicina medieval. A Igreja Católica, que exercia uma imensa influência em diferentes áreas da sociedade, limitava o acesso dos “médicos” ao estudo, fazendo com que as cirurgias e processos em doentes fossem os piores possíveis.
Sem anestesia, os procedimentos eram feitos por barbeiros em pacientes que enfrentavam não só a enfermidade, como a dor quase insuportável. A interferência religiosa surtia efeito também do diagnóstico, fazendo com que muitas doenças fossem consideradas sagradas ou punições divinas.
Amputações e remédios insólitos, como fezes de pombo, eram um anúncio para o terror do pós- operatório: após passar pelas raras cirurgias — que só eram feitas se a amputação não fosse possível —, o enfermo era tratado com óleo quente.
Ainda na categoria medicina, por um longo tempo, a infertilidade era relacionada apenas às mulheres na Inglaterra medieval. Assim, os problemas em gerar filhos não eram atribuídos aos homens, a não ser aqueles que não tinham o órgão sexual, ou que apresentassem algum outro problema que pudesse explicar a disfunção.
Porém, já nos anos finais da Idade Média, no século 13, historiadores britânicos da Universidade de Exeter, encontraram textos que provaram que a crença estava se desfazendo. A “concepção é impedida tanto pela culpa do homem quanto da mulher”, dizia um tratado ginecológico europeu. Além disso, as formas para tentar curar a infertilidade também eram polêmicas, testículos de porco, vinho e nêveda fervida integravam o tratamento.
Quase 100 esqueletos foram encontrados em 2015 em um antigo convento de Oxford, fundado em 1100 e conhecido como Littlemore Priory. Entre as ossadas uma história peculiar foi revelada pelos pesquisadores.
No meio de cadáveres das muitas freiras que moraram no local através dos séculos, estavam os restos mortais de um bebê recém-nascido e de uma mulher com o rosto virado para baixo. Os especialistas acreditam que seria de uma freira considerada pecadora, e os registros podem dar base para essa narrativa.
Documentos históricos mostram que a madre superiora Katherine Wells, foi expulsa da propriedade após, supostamente, ter engravidado de um padre. Além disso, outra freira que viveu em 1517 também deu à luz ao filho de um homem casado. Alimentando os rumores de que existiam regras tão brutais quanto torturas e espancamentos para as religiosas que descumprissem os deveres divinos.
Mesmo que tenha agido pouco depois do fim da Idade Média, Giulia Tofana ficou conhecida como uma das mais prolíficas envenenadoras do período medieval. A mulher, que atuou entre 1633 e 1651, criou um perigoso veneno chamado Aqua Tofana, o qual vendia para outras mulheres matarem seus maridos abusivos.
Acredita-se que, com a invenção da italiana, 600 pessoas vieram a óbito. Por quase duas décadas seu trabalho permaneceu em segredo e bastante lucrativo, até que uma de suas clientes confessou ao esposo o plano de matá-lo. Assim começou uma busca frenética por Tofana.
Por um tempo outras mulheres ajudaram-na a se esconder, porém, certo momento a polícia encontrou seu esconderijo e a levou para interrogatório. Ela confessou o crime e foi condenada a morte, juntamente com seus funcionários e sua filha.
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