Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Curiosidades / Roma Antiga

Das lutas de gladiadores as últimas palavras de Júlio César: 10 mitos sobre a Roma Antiga

Os principais boatos foram criados juntamente as produções de Hollywood, que encenavam situações falsas da sociedade romana

Nicoli Raveli Publicado em 17/07/2020, às 10h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Pintura ilustra um banquete romano - Wikimedia Commons
Pintura ilustra um banquete romano - Wikimedia Commons

Entre os temas mais abordados pelos filmes hollywoodianos, a vida na Roma Antiga e os hábitos dos antigos romanos disparam. A história percorre caminhos abrangentes, desde os cidadãos que utilizavam togas até os brutais gladiadores. Em meio a tantos detalhes abordados pelas filmagens, existem dúvidas sobre o que realmente é verdade e o que é mito.

Confira a seguir 10 mitos sobre a Roma Antiga.

1. As estátuas brancas

Acreditava-se que os romanos pintaram suas estátuas de branco propositalmente. Mas, na realidade, os objetos foram pintados com diversas cores, entretanto, perderam a cor devido à sua exposição.

Comparação da mesma estátua que perdeu suas cores devido a exposição / Crédito: Divulgação 

A sociedade passou a discernir o pensamento de que elas eram originalmente brancas e imitaram o método. A partir de então, todos os objetos ficaram sem pintura.

2. O uso de escravos para trabalhos braçais

Algumas histórias antigas relatavam que os romanos utilizavam escravos para remarem seus navios. De acordo com o mito, Augusto e Pompeu contrataram alguns escravos para a atividade, mas decidiram que iriam libertá-los antes mesmo de cumprirem o serviço.

Cena do filme Ben-Hur, na qual aparecem escravos remando o navio dos romanos / Crédito: Divulgação 

Além disso, o mito também foi propagado pelo filme Bem-Hur, no qual os romanos utilizavam escravos no navio e também os agrediam. Tal encenação fez com que diversas pessoas acreditassem que o acontecimento era normal. Entretanto, os romanos utilizavam homens livres e qualificados para a tarefa.

3. Vestimenta

Também retratado nos filmes de Hollywood, todos os romanos apareciam vestidos com a toga, como se fosse uma vestimenta obrigatória.

Entretanto, a roupa não era utilizada todos os dias e somente os cidadãos romanos poderiam usá-la, já que era considerado um acessório cerimonial e indicava o nível de determinada pessoa na sociedade.

4. A incompetência do governante Calígula

Calígula, um dos governantes da Roma Antiga, geralmente é retratado como um sádico. Suas características fizeram com que existissem diversos mitos, como o de que ele tornaria seu cavalo um senador. 

No entanto, Anthony A. Barret afirmou em seu livro, Calúgula: a corrupção do poder, que o governante não era perturbado e também não fazia mal a ninguém, era somente um homem inexperiente que não tinha condições de governar. Tudo não passaria de intrigas da oposição.

5. As lutas entre os gladiadores

O tema é abordado nos filmes Gladiador e Spartacus, mas não convém com a realidade. Nas filmagens, eles são mostrados como figuras brutais e que buscam por partidas sangrentas.

Ilustração de gladiadores romanos / Crédito: Getty Images

Entretanto, Mry Beard, historiadora que já escreveu diversas vezes sobre a Roma Antiga, apontou que os gladiadores não participavam em abundância de eventos brutais, já que a maioria de seus proprietários tinham medo que morrasem. Além disso, ao invés de lutar com leões ou outros gladiadores, era mais comum que eles lutassem com javalis.

6. Os romanos adotaram deuses gregos

O mito nasceu devido à precariedade de conhecimento sobre a mitologia romana, que recebeu influência grega. Dessa maneira, algumas pessoas passaram a acreditar que os romanos decidiram adotar os deuses gregos, deixando de lado as crenças romanas.

Porém, a Roma Antiga integrou-se a cultura grega e algumas histórias de deuses entraram em conflito. Desse modo, os deuses romanos não foram deixados de lado. O que aconteceu, de fato, é que foram acrescentados deuses gregos à cultura.

7. As orgias romanas aconteciam a todo momento

Acredita-se que o mito nasceu com os escritores cristãos que relatavam uma sociedade luxuosa e com busca eminente ao prazer. O objetivo desses escritores era denunciar ao atos mais comuns da época.

Pintura de James Barry, mostra os deuses romanos Júpiter e Juno / Crédito: Getty Images

Todavia, o estudioso clássico Alastair Blanshard aponta que os episódios não eram tão presentes como foram relatados. De acordo com ele, os encontros íntimos envolvendo diversas pessoas aconteciam, mas eram incomuns.

8. Enquanto tocava violino, Nero observou Roma em chamas

Segundo alguns historiadores romanos, Nero cantava e tocava violino enquanto olhava Roma em chamas. Entretanto, é tudo balela. Acredita-se que o mito surgiu a partir das características de Nero.

O incêndio, que destruiu mais de 70% do território romano, durou seis dias e desabrigou grande parte da população. Porém, o imperador Nero, que era conhecido por ser corrupto e impopular, estava em Antium, a mais de 50 quilômetros de Roma, e só voltou para a cidade para pedir ajuda.

9. As últimas palavras de Júlio César

A frase teria sido dita por Júlio César quando viu Marco Júnio Bruto, um amigo próximo, no meio dos responsáveis pelo seu assassinato. A sentença original seria Kai su, têknon, algo como "Você também, menino/moleque?". Em grego, não Latim; o grego era considerado mais nobre e erudito.

Pintura de Júlio César, imperador romano / Crédito: Wikimedia Commons

Ela aparece assim na obra A Vida dos Doze Césares, escrita por Caio Suetônio, 165 anos após o assassinato do ditador. Suetônio não acredita que César tenha dito qualquer coisa, mas diz que algumas pessoas creditavam a ele essas palavras finais. A versão em latim, Et tu, Brute, é uma criação de William Shakespeare, em Júlio César, de 1599.

10. As mulheres romanas tinham poder

Os historiadores romanos afirmam que as mulheres mandavam na cidade. Entretanto, segundo Mary, mesmo sem voz na política, as inocentes mulheres eram culpadas pelos defeitos do governo. 

Beard afirma que, se elas fossem comparadas com outras pessoas da região, realmente apresentariam uma vida melhor, já que podiam se tornar empreendedoras e possuíam propriedades.

Todavia, essa liberdade não significava muito. As mulheres romanas não podiam se candidatar e nem votar, tornando-se impotentes frente à política.


+Saiba mais sobre o tema nas obras disponíveis na Amazon

1. Roma: A História De Um Império, de Greg Woolf (2017) - https://amzn.to/3aftLpL

2. Declínio e queda do Império Romano: Edição abreviada, de Edward Gibbon, Dero A. (2018) - https://amzn.to/30tEyYV

3. O Império Romano, de Pierre Grimal (2010) - https://amzn.to/3747XeU

4. Em nome de Roma, de Adrian Goldsworthy (2016) - https://amzn.to/364NVzP

5. SPQR - Uma História da Roma Antiga, de Mary Beard (2017) - https://amzn.to/35UghfS

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.

Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp

Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/3b6Kk7du