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Curiosidades / Personagem

De Angicos à perseguição na ditadura: 5 fatos sobre a vida de Paulo Freire

O pensamento apresentava elementos revolucionários para a aprendizagem escolar

Isabela Barreiros Publicado em 25/08/2020, às 16h33 - Atualizado em 28/01/2022, às 09h00

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O educador Paulo Freire - Divulgação/Escola de Gestão Socioeducativa Paulo Freire
O educador Paulo Freire - Divulgação/Escola de Gestão Socioeducativa Paulo Freire

Paulo Freire é considerado um dos pensadores mais importantes de todos os tempos. Reconhecido internacionalmente por suas teorias transformadoras, foi responsável pelo desenvolvimento de um método de alfabetização que está no centro do debate da área da educação até os dias de hoje.

Segundo um levantamento feito pelo pesquisador Elliott Green, professor da Escola de Economia e Ciência Política de Londres, na Inglaterra, o livro 'Pedagogia do Oprimido' (1968), é a terceira obra mais citada em trabalhos acadêmicos na área de humanidades em todo o mundo. Ele está na frente até mesmo de Michael Foucault e Karl Marx, o que comprova ainda mais a relevância do pensador.

Confira a seguir 5 fatos sobre a vida e a obra de Paulo Freire:

1. Método revolucionário

O educador é conhecido principalmente devido aos seus revolucionários métodos pedagógicos, que transformaram a maneira com que o ensino é visto. Crítico da “educação bancária”, exercida na maioria das escolas, Freire afirmava que essa noção trata o estudante como um cofre, um ser passivo, no qual informações devem ser depositadas pelo professor.

Pelo contrário, o pensador defendia que o ensino deve estar intimamente ligado ao repertório social e cultural de cada um, levando em conta, principalmente, a experiência de vida dos alunos. Para Freire, educar é fazer com que as pessoas sejam conscientes das suas posições no mundo — de maneira crítica e revolucionária.

E isso deveria ser feito de uma alfabetização que utilize universo de conhecimento popular, como falas, palavras e noções que já estão no imaginário do aluno.


2. O projeto na prática

Luiza Erundina, prefeita da cidade de São Paulo nos anos de 1989 e 1992 e Paulo Freire, seu secretário da Educação / Crédito: Centro de Referência Paulo Freire

Provavelmente, o momento mais importante da trajetória de Freire foi quando ele pôde implementar sua teoria pedagógica na prática, em janeiro de 1963. A partir da práxis, o método do pedagogo foi responsável por conseguiu alfabetizar 300 cortadores de cana de Angicos, um pequeno município no Rio Grande do Sul, em um período de 45 dias.

O sucesso foi tanto que chamou a atenção do então presidente do país, João Goulart. O pensador foi até mesmo convidado por ele para formular um programa de alfabetização, que, no entanto, não foi para frente. Mas, ainda assim, Freire ainda teve mais experiências importantes em cargos do governo.

Ele foi secretário de Educação da Prefeitura de São Paulo na gestão de Luiza Erundina, durante os anos de 1989 e 1992, e ainda passou por diversas secretarias de estados do Nordeste.


3. Perseguido pela ditadura

Paulo Freire em depoimento / Crédito: Domínio Público

É claro que o homem responsável por um método de educação revolucionário e transformador incomodaria os militares que tomaram o poder do Brasil em 1964. Logo com o golpe, ele passou a ser pressionado e interrogado inúmeras vezes, mas ainda não acreditava que poderia ser preso pelo regime.

Mesmo que argumentasse que era inocente das acusações de subversão, foi encarcerado pelos militares em julho daquele ano. Chegou a passar 60 dias em cana, somando a passagem na cadeia em Olinda e Recife, porém não tinha liberdade alguma depois disso. Freire ainda tinha que, regularmente, dar satisfação sobre suas atividades.

Um desses inquéritos foi realizado no Rio de Janeiro e foi na cidade maravilhosa que amigos recomendaram que o educador buscasse exílio. Contra sua vontade, foi para a Bolívia, país onde sua família o encontrou depois de um período.


4. Bebendo de fontes diferentes

Paulo Freire, de fato, bebia de fontes muito distintas entre si, mas que talvez tivessem o pensamento de transformação e horizonte emancipatório em comum. Para a construção de suas teorias, o pedagogo utilizou filosofias vindas da Teologia da Libertação, da Fenomenologia, do Humanismo e do Existencialismo, por exemplo.

É possível dizer que o pensador fez uma síntese de todas essas teorias. Mesmo que pudessem parecer contraditórios entre si, o pensador acreditava que esses pesos poderiam formar algo inovador. 


5. Legado

Paulo Freire é um dos homenageados na estátua Efter Badet, que fica na Suécia. Além de Freire, nomes como Angela Davis, Pablo Neruda, Sara Lidman também são referenciados na obra / Crédito: Divulgação/Stadsmuseet

Já afirmamos a importância do pensamento de Paulo Freire tanto para a educação quanto para diversas outras áreas que tenham como objetivo pensar a emancipação humana. Hoje em dia, o pensador é atacado principalmente devido aos seus anseios de uma sociedade sem desigualdades, em que cada um pudesse pensar por si só.

Mesmo depois de morto, Freire possui 41 títulos de doutor honoris causa de universidades como Harvard, Oxford e Cambridge, nos Estados Unidos e Reino Unido. Além disso, de acordo com a BBC, países como África do Sul, Áustria, Alemanha, Holanda, Portugal e Canadá utilizam seu método em inúmeras de suas escolas.

Porém, suas teorias não são aplicadas na educação brasileira. Mesmo assim, o educador foi nomeado como patrono da educação de Pernambuco, foi recentemente homenageado pelo Senado e ainda sobrevive em pesquisadores e alunos que estudam e difundem suas ideias revolucionárias.


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