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Curiosidades / Brasil Império

'Digam ao povo que fico': os bastidores do Dia do Fico, ocorrido há 200 anos

O professor de História Ueldison Alves de Azevedo discute sobre o processo histórico que culminou no caminho para a intendência. Confira!

Victória Gearini Publicado em 09/01/2021, às 00h00 - Atualizado às 14h25

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Retrato de Dom Pedro I, o Imperador do Brasil - Wikimedia Commons
Retrato de Dom Pedro I, o Imperador do Brasil - Wikimedia Commons

Quando se fala na construção histórica brasileira é importante compreender o dia 9 de janeiro de 1822, que ficou conhecido como o Dia do Fico. Na ocasião, Dom Pedro I se recusou a retornar para Portugal, atrapalhando os planos da coroa em dar continuidade no processo de colonização do Brasil. 

A pressão 

Segundo o professor de História, Ueldison Alves de Azevedo, o imperador fora pressionado pela coroa portuguesa a retornar para o país europeu. Ao mesmo tempo, elites que se formavam no território brasileiro ansiavam pela sua partida. 

“Esse foi o período em que o analfabetismo estava em alta e apenas as elites agrárias tinham estudos. Logicamente, ela apoiava a iniciativa de um Brasil independente, principalmente os pernambucanos, que antes mesmo do processo de independência começar no território brasileiro, a denominada confederação do Equador. Formada por um grupo de republicanos, defendia a mudança do governo nacional”, explicou o especialista. 

Pintura oficial de Dom Pedro I / Crédito: Wikimedia Commons

Ueldison explica que, ao contrário do que muitas pessoas pensam, o soberano não permaneceu na colônia para agradar a massa, sendo um erro histórico tal conhecimento popular.

“É muito equivocado falar no campo da historiografia que Dom Pedro ficou para agradar a massa. Isso nunca foi verdade, o interesse dele foi fazer a vontade de uma pequena quantidade de pessoas ricas que tinham ideais políticos definidos”, disse.

O professor de História, ressalta, ainda, que ao longo do processo histórico da caminhada para a independência do Brasil, diversos interesses pessoais estiveram envolvidos.

“Essa decisão do imperador é de muita importância para colocar o Brasil no caminho da identidade nacional. Pela primeira vez, temos um governo nosso, apesar de ser o único império dentre as repúblicas da América latina”, revelou Ueldison.

O momento

Conforme aponta o especialista, o dia 9 de janeiro de 1822 foi responsável por proporcionar maior poder ao primeiro imperador. A partir do Dia do Fico, é possível perceber, ainda, que Dom Pedro I passou a ter uma influência sem igual, conforme ficou destacada na Constituição de 1824.

Coroação de D. Pedro I do Brasil, por Jean-Baptiste Debret / Crédito: Getty Images

“Esse documento é o fruto dessa iniciativa e do apoio a Dom Pedro I, pois ela traz os princípios do iluminista Barão de Montesquieu, o qual defendia que um Estado deveria ser dividido em três poderes, judiciário, legislativo e executivo. Porém, o imperador ainda criou o quarto poder, chamado de moderador”, explicou o professor.

O poder moderador passou a centralizar todo o comando nas mãos do imperador. No entanto, Ueldison reforça que há um consenso entre os historiadores sobre a construção de identidade política nacional.

Ilustração do primeiro imperador / Crédito: Wikimedia Commons

"Apesar de termos um governo déspota, absolutista, este foi o primeiro que trouxe uma identidade política ao nosso país. Com ele tivemos símbolos de riquezas nacionais, como o nosso próprio tesouro, que durante muito tempo ficou no Estado do Rio de Janeiro no Palácio da Quinta do Boa Vista, sendo que lá era a sede do governo imperial”, ressaltou.

Para o especialista, as influências das atitudes de Dom Pedro I para a formação da sociedade são inevitáveis. “Devemos olhar o quanto o Dia do Fico foi importante para nossa formação como sociedade, ainda que de maneira tardia no século 19”, completa Ueldison.


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