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Curiosidades / Arqueologia

Naia: Relembre uma das mais importantes descobertas arqueológicas da América

Encontrados em 2014, os restos mortais de uma mulher que viveu no Paleolítico mudaram o que sabíamos sobre as populações humanas do passado

Victória Gearini Publicado em 17/12/2020, às 08h42 - Atualizado em 30/12/2022, às 10h36

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O crânio de Naia - Divulgação / Hoyo Negro
O crânio de Naia - Divulgação / Hoyo Negro

Em 2014, arqueólogos encontraram o esqueleto de uma mulher datado entre 13 e 12 mil anos atrás. A descoberta foi feita na Península de Yucatán, ao leste do México, que é onde ocorreu o impacto do asteroide Chicxulub, evento que levou à extinção dos dinossauros. 

Apelidado de Naia, o corpo da mulher, que viveu durante o fim do Paleolítico, é um dos mais antigos e mais completos já encontrados na América.

A descoberta

Esqueleto de Naia, descoberto em 2014 / Crédito: Divulgação / Paul Nicklen / National Geographic

Liderado por James Chatters, o estudo da descoberta foi divulgado na revista Science em 2014. A pesquisa revelou que o esqueleto humano tinha uma altura inferior a 1,5 m e acredita-se que a mulher morreu com aproximadamente 15 anos de idade.

Os restos foram localizados num sistema de cavernas, dentro de uma fossa chamada Hoyo Negro e que está localizada a mais de 40 metros abaixo do nível do mar. Além disso, os pesquisadores encontraram ossadas de vários animais que já foram extintos, entre eles os dentes-de-sabre e os mastodontes.

Esqueleto de Naia em caverna / Crédito: Divulgação / Paul Nicklen / National Geographic

De acordo com o estudo, a jovem teria morrido após cair no local: encontraram fraturas nos ossos da pelve, que foram adquiridas antes do óbito. Com traços africanos e aborígines australianos — característicos dos paleoamericanos — o esqueleto de Naia pode mudar alguns estudos existentes sobre os primeiros habitantes da América e os ameríndios.

Estudos 

No entanto, por meio dos estudos, os pesquisadores identificaram dados de DNA mitocondrial extraídos dos dentes sisos do cadáver. Tal fato revelou parentesco com os indígenas modernos. Para Chatters, essa descoberta sugere que toda a população nativa da América teria sido originada a partir de uma única onda migratória.

Originado na Sibéria, o DNA de Naia engloba o haplogrupo D1, que pode ser identificado em torno de 10% dos ameríndios. Tal fato mostra que um paleoamericano, com ancestrais siberianos, demonstra ligações genéticas com ameríndios. Uma novidade realmente impressionante.

Mergulhadores segurando o Esqueleto de Naia / Crédito: Divulgação / Paul Nicklen / National Geographic

O trabalho de James Chatters, sugere, ainda, que as primeiras pessoas chegaram ao continente americano por meio do Estreito de Bering. Para os autores da tese, às diferenças morfológicas entre ameríndios e paleoamericanos são explicadas pela seleção natural, portanto, a América teria sido povoada por uma única onda de migração.

No entanto, esta nova teoria, confronta outra aceita por vários especialistas há anos. Para a comunidade arqueológica e científica que não aceita a tese, os nativos americanos seriam descendentes de pessoas que migraram de vários territórios e não somente da Sibéria.

Em geral, os estudiosos não chegaram a um consenso sobre o tema levantado a partir da descoberta do esqueleto de Naia. Por outro lado, o trabalho que pode ser encontrado na revista Science, é considerado por muitos, a peça essencial que faltava para compreender a relação ancestral.


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