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Curiosidades / Personagem

Glória póstuma: Por que Tutancâmon é tão famoso?

Tutancâmon foi rei do Egito dos 9 aos 19 anos, porém, apesar do reinado curto, se tornou um dos Faraós mais famosos do império milenar

Ingredi Brunato Publicado em 28/10/2020, às 18h00

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Imagem da máscara mortuária de ouro de Tutancâmon - Getty Images
Imagem da máscara mortuária de ouro de Tutancâmon - Getty Images

Tutancâmon — ou Rei Tut —, como ele foi apelidado no século 20, foi faraó dos 9 aos 19 anos de idade. Um tempo muito curto para que tivesse a oportunidade de construir um legado, ou que uma nova pirâmide sequer fosse concluída, permitindo-lhe uma tumba de localização mais luxuosa. 

Em vez disso, ele foi enterrado em um lugar improvável, e muitos dos objetos encontrados em sua tumba sequer eram destinados para seu enterro, trazendo o nome de outra pessoa registrado neles. Sua câmara de repouso eterno tinha, assim, todos os sinais de ter sido arrumada de última hora, no improviso. A morte precoce do faraó fora uma surpresa. 

Riqueza 

Justamente por sua localização incomum, a tumba de Tutancâmon, descoberta em 1922, estava lacrada, com seu interior intacto. Sem ter sofrido nenhum saque ao longo dos séculos, a câmara ainda preservava toda a riqueza que foi colocada nela: um tesouro apropriado ao enterro de um Faraó, o que nunca havia sido visto antes. 

Haviam mais de cinco mil peças, entre elas jóias, armas e esculturas. Mas o mais impressionante de tudo era a quantidade de ouro que tinha sido deixada ali. Um dos mais célebres exemplos dessa abundância foi o próprio caixão do Rei Tut, que era feito de folhas grossas de ouro batido, um objeto que hoje, caso fosse vendido, teria um valor superior a 5 milhões de reais. 

Adagas encontradas na tumba onde Tut está instalado / Crédito: Wikimedia Commons

“Detalhes do aposento emergiram lentamente da névoa, animais estranhos, estátuas e ouro – por toda a parte o brilho do ouro”, escreveu Howard Carter mais tarde, o egiptólogo que fez essa que foi uma das mais importantes descobertas arqueológicas do século 21. 

Além de deixar todos admirados com seu esplendor, os objetos encontrados na tumba do Faraó menino também serviram para ajudar os arqueólogos a entenderem melhor como funcionava a vida no Egito Antigo, ou ao menos a vida dos governantes. Um conhecimento, por sua vez, que possui valor inestimável. 

Reinado 

É possível dizer que o Rei Tut teve mais relevância em sua morte que em sua vida. Por ter assumido o trono ainda uma criança, muitas das decisões tomadas em seu reinado não vieram do Faraó, e sim de conselheiros reais e figuras importantes no Egito Antigo, como o Grão-Vizir Ay. Ao que tudo indica, durante boa parte do período em que Tutancâmon ficou no poder, ele foi apenas um fantoche. 

Reconstrução facial de Tut / Crédito: Divulgação 

Também vale notar que em 1332 a.C., quando Tut se tornou Faraó, o império egípcio passava por uma crise. Seu pai recém-falecido, Akhenaton, teria sido um grande responsável por ela, inclusive. 

Isso porque Akhenaton decidiu, de súbito, acabar com o politeísmo do Egito, escolhendo um deus até então considerado menor, Aton, como a principal divindade que deveria ser cultuada dali em diante. Para tanto, o Faraó também ordenou que imagens de todos os outros deuses fossem destruídas, algo que não caiu bem nem com a população, nem com a poderosa casta de sacerdotes do reino. 

Com o menino Tutancâmon, o politeísmo egípcio foi restaurado, aliviando as tensões começadas por seu pai, e as relações do império com outras civilizações foram retomadas, algo que também havia sido negligenciado durante o reinado anterior. 

Fama após a morte 

A razão por trás da morte de Tut é incerta, existindo mais de uma teoria para o acontecimento. A primeira que surgiu foi de que o jovem teria sido assassinado, porém isso foi desmentido mais tarde. Atualmente, os pesquisadores acreditam que uma fratura na perna do Faraó, feita em uma caçada ou talvez em uma queda de carruagem, poderia ter gerado complicações fatais. 

No fim, contudo, os feitos do Rei menino durante sua vida não importaram tanto para a História quanto a coincidência de sua tumba ter sido encontrada lacrada. Seu ouro, o caixão único, a máscara mortuária, os objetos excêntricos: foi esse o grande legado de Tutancâmon, sua glória póstuma. 


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