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Curiosidades / Guerras

Os 10 líderes militares mais fracassados da História

Às vezes, um fiasco é muito mais decisivo do que a vitória. Errando feio, estes militares mudaram o destino do mundo

Fernando Millôres Publicado em 21/02/2020, às 09h00

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Retrato colorido de Adolf Hitler - Getty Images
Retrato colorido de Adolf Hitler - Getty Images

Enquanto muitos militares são conhecidos por seus feitos incríveis ao longo da História, outros foram decisivos em grandes batalhas pelos erros que cometeram. 

Conheça 10 militares incompetentes que mudaram o destino do mundo:

1. Antonio López de Santa Anna (1794-1876)

Crédito: Getty Images

Fiasco: Guerra Mexicano-Americana, México e EUA, 25 de abril de 1846 a 3 de fevereiro de 1848 

Poucos generais podem clamar em seu currículo ter perdido um conflito chamado Guerra dos Pastéis - que começou pelo pedido de indenização de um confeiteiro francês. Durante sua longa carreira como general, presidente e ditador, o México perdeu mais da metade de seu território. Vivia mudando de lado e ofereceu-se duas vezes para atuar como espião para os EUA. Aos 70 anos, ainda estava buscando apoio dos EUA para depor o imperador Maximiliano enquanto oferecia seus serviços ao próprio. Ambos declinaram.

2. Pierre Charles Villeneuve (1763-1806)

Crédito: Wikimedia Commons
Fiasco: Batalha de Trafalgar, Espanha, 21 de outubro de 1805

O vice-almirante tinha a missão de derrotar os ingleses e abrir caminho para a invasão por terra. Após desobedecer ordens, o que comprometeu o plano, soube que seria substituído. E saiu do porto imediatamente para mostrar serviço. O resultado foi a Batalha de Trafalgar, uma catástrofe na qual terminou preso e acabou com as esperanças francesas de conquista da Grã-Bretanha.

3. Douglas Haig (1861-1928)

Crédito: Wikimedia Commons

Fiasco: Batalha do Somme, França, julho a novembro de 1916

Apelidado de Açougueiro Haig. Suas táticas militares levaram milhares de soldados britânicos à morte – foram 420 mil baixas só na Batalha do Somme, a maior carnificina que o mundo já havia visto, que serviu para mover o mesmo impasse nas trincheiras 64 quilômetros na direção da Alemanha – ainda dentro da França. Pesquisas feitas na década de 1960 apontam que o número total de militares mortos sob o seu comando chega a 2 milhões. Ainda assim, Haig conseguiu manter uma boa reputação pelas suas vitórias militares durante toda a vida.

4. Rei Xerxes I ( 519 a.C.-465 a.C.)

Crédito: Wikimedia Commons

Fiasco: Batalha de Salamina, Grécia, 480 a.C.

Depois de quase perder com uma vantagem de 30 para 1 na famosa Batalha das Termópilas – que só conseguiu terminar trapaceando, achando uma passagem secreta –, caiu na armadilha dos gregos e levou a frota marítima persa a uma derrota esmagadora em Salamina. De seu trono, posicionado no alto do Monte Egeu, viu 600 embarcações persas serem dizimadas por apenas 360 gregas, no estreito que liga a Ática à ilha de Salamina. Depois da derrota, abandonou de vez as ambições militares.

5. Oreste Baratieri (1841-1901)

Crédito: Getty Images

Fiasco: Batalha de Adwa, Etiópia, 1º de março de 1896

Após meses de impasse, o general italiano mandou as tropas atacarem as forças etíopes do rei Menelik II – uma bênção a ele que, sem suprimentos, estava prestes a desistir. Subestimando seriamente seu inimigo, achou que eram 30 mil homens armados com lanças medievais, quando eram 100 mil, com fuzis modernos. Conquistou para a Itália o título de única nação colonial a ser expulsa pelos nativos.

6. Marco Licínio Crasso (114 a.C.-53 a.C.)

Crédito: Wikimedia Commons

Fiasco: Batalha de Carras, Síria, 6 de maio de 53 a.C.

Quando os partas ouviram que os romanos estavam invadindo, mandaram uma tropa de 10 mil homens, exclusivamente de cavalaria. O plano era só atrasá-los. Contra eles, 50 mil romanos, liderados pelo homem mais rico de Roma, que estava lá para mostrar que era tão competente quanto seus rivais, César e Pompeu, e quem sabe ficar mais rico ainda. As imóveis tropas de legionários nada puderam fazer contra a chuva de flechas e as cargas de cavalaria. Trinta mil pereceram, contra menos de 100 partas.

7. Charles I de Albret (1368-1415)

Crédito: Reprodução

Fiasco: Batalha de Agincourt, França, 25 de outubro de 1415

Um dos quatro comandantes franceses da Batalha de Agincourt, na qual franceses
alcançaram a façanha de serem derrotados numa vantagem de até 6 por 1. Os 10 mil cavaleiros franceses avançaram na direção do que parecia ser um piquenique no parque, contra uma força quase só de arqueiros. A lama, porém, atrapalhou seu progresso. Quem não atolou ou foi morto por cavalos fugindo na direção contrária seria, exausto demais para lutar, eliminado a marretadas pelos humildes arqueiros.

8. Dom Sebastião (1554-1578)

Crédito: Wikimedia Commons

Fiasco: Batalha de Alcácer Quibir, Marrocos, 4 de agosto de 1578

Queria reviver as glórias dos tempos da Reconquista, quando os mouros foram expulsos da Península. A chance veio quando o sultão herdeiro de Marrocos pediu ajuda para depor seu tio. Portugal podia ser uma potência marítima, mas terra não era seu forte. Avançando pelo deserto, os portugueses estavam exaustos ao encontrarem as forças inimigas. Cercado, recusou-se a se render, fazendo no lugar disso uma carga suicida. Sua morte encerraria para sempre os tempos de Portugal como potência.

9. Maurice Gamelin (1872-1958)

Crédito: Reprodução

Fiasco: Batalha da França, de 10 de maio a 25 de junho de 1940

O homem que confiou numa fortificação estática, a Linha Maginot, contra um inimigo móvel, a blitzkrieg alemã, que simplesmente contornou a linha. Isso levaria à morte de 135 mil soldados aliados, 90 mil franceses entre eles, e a Hitler tirando fotos diante da Torre Eiffel, para instalar um governo marionete até 1944. Na época, Gamelin sofria de sífilis, que causa desorientação, perda de memória e delírios, e alguns historiadores acreditam que essa foi a causa de suas decisões.

10. Adolf Hitler (1889-1945)

Crédito: Wikimedia Commons

Fiasco: Batalha de Moscou, Rússia, de 2 de outubro de 1941 a 7 de janeiro de 1942

Após rasgar o acordo de não agressão e invadir a União Soviética, em agosto de 1941 a fulminante invasão alemã havia chegado a Smolensk, a última parada antes de Moscou. Era verão na Rússia. Os generais recomendaram finalizar a fatura e tomar a capital, mas Hitler fez pouco caso, chamando-a de alvo secundário e movendo a ação para outras cidades, tentando ganhar território. Quando finalmente voltaram suas atenções para a casa de Stalin, os russos tinham se preparado e, talvez mais importante, o inverno tinha chegado.


Saiba mais sobre os personagens citados na lista através de importantes obras

Antonio Lopez de Santa Anna, Brenda Lange, 2010 - https://amzn.to/31IWKNj

Douglas Haig: Diaries & Letters 1861 – 1914: 'The Preparatory Prologue' 1861-1914 (Edição em inglês), Douglas Scott, 2006 - https://amzn.to/32NBY0s

King Xerxes I: The Life and Legacy of the Achaemenid Persian Empire’s Most Notorious Ruler, Charles River Editors, 2019 - https://amzn.to/3657usF