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Turismo macabro: Bombas atômicas já foram atração em Las Vegas

Folhetos informavam o horário das detonações e os locais para assistir. O espetáculo ajudou a criar a Cidade do Pecado que conhecemos hoje

Redação Publicado em 28/08/2019, às 08h00

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Crédito: Reprodução
Crédito: Reprodução

Dizem que o que acontece em Vegas, fica em Vegas. Exceto pela contaminação radioativa – essa você carrega no núcleo de suas células pelo resto de sua (curta) vida.

Em 1951, quando os cassinos ainda engatinhavam como o negócio principal da cidade, começou a operar a Área de Testes de Nevada, um terreno 105 km ao nordeste de Vegas onde explodiam as bombas atômicas cada vez mais poderosas criadas pelos cientistas do Departamento de Energia dos EUA, testando seus terríveis efeitos.

Testes de noite eram os mais espetaculares / Crédito: Getty Images

Mas um efeito que os cientistas não previram foi a explosão no turismo a Las Vegas. Isso porque, principalmente do alto de seus cassinos, era possível se acompanhar o clarão das explosões, que transformavam a noite em dia, seguido por um pequeno tremor de terra e – a grande atração – os cogumelos atômicos.

Era um negócio sério. A Câmara do Comércio da cidade publicava brochuras mostrando os horários dos testes e melhores pontos de observação.

Os cassinos começaram a dar as festas de Amanhecer Atômico. Até a hora da bomba, os convivas dançavam, comiam e se embriagavam com coquetéis atômicos. As mulheres podiam competir pelo título de Miss Bomba Atômica e tirar fotos com os cogumelos nucleares ao fundo.

Turista dançando para a bomba / Crédito: Getty Images

Por essa época, Benny Binion, um magnata dos cassinos, disse que “a bomba atômica foi a melhor coisa que podia ter acontecido a Las Vegas". E ele tinha razão: com a receita dos turistas – e também dos funcionários da base, que moravam na cidade – Las Vegas dobrou de tamanho entre 1950 e 1960.

Se era tudo festa em Las Vegas, o mesmo não aconteceu em St. George, Utah, ao nordeste da base, na direção oposta. O vento carregava as cinzas nucleares em sua direção, e seus moradores sofreram uma enorme incidência de cânceres, que duraram até os anos 1980.

O último teste a céu aberto aconteceu em 1962. Cem deles haviam sido feitos. Graças a eles, Las Vegas começou como a cidade do cogumelo atômico e foi posta em rumo de se tornar a Cidade do Pecado.