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Curiosidades / Cultura

Das cavernas ao 3D: A história da animação

Há 23 anos era lançada a animação Toy Story, primeiro longa em 3D a fazer sucesso. Entenda as fases na evolução de uma arte que é mais antiga que o próprio cinema

Fabio Marton Publicado em 22/11/2018, às 15h00

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O longa-metragem em 3D completa 23 anos  - Reprodução / Disney
O longa-metragem em 3D completa 23 anos - Reprodução / Disney

A ideia de representar o movimento nos acompanha desde que aprendemos a fazer desenhos figurativos, no Paleolítico Superior. Na caverna de Lascaux, pintada há 17 mil anos, alguns animais aparecem em várias fases de uma mesma ação. Egípcios e romanos também faziam desenhos sequenciais.

Mas foi só na década de 1820 que o fenômeno da persistência da visão, que permite a ilusão de movimento baseada em desenhos estáticos, começou a ser explicado. Os desenhos sequenciais, que pareciam se mover, foram inventados por essa época. Com isso, a animação em filme surgiria antes mesmo do advento do cinema.


Pré-história (1892-1914)

Como o próprio cinema, em seus primeiros anos, a animação era vista como uma atração de parque de diversões, uma brincadeira hi-tech, não um meio de contar histórias. As primeiras delas sempre incluíam partes filmadas, mostrando o animador em ação, criando a “mágica”.

➽ Théâtre Optique (1892)

Wikimedia Commons

Três anos antes da estreia oficial do cinema, pelos irmãos Lumière, em 1895, Charles-Émile Reynaud apresentava ao público sua projeção composta de até 700 figuras sequenciais gravadas em filme perfurado, repetidas por mais de dez minutos.


Era muda (1913-1928)

Em 1914 era criada a cel, por Earl Hurd. É a pintura sobre películas transparentes de celofane (daí o nome), que permite repetir fundos em vários quadros. No ano seguinte, Max Fleischer criou o rotoscópio, técnica que possibilita animar os movimentos de atores reais.

➽ Colonel Heeza Liar (1913)

Wikimedia Commons

John Bray lança o personagem (algo como “Coronel Estamem Tindo”), que foi inspirado no ex-presidente Theodore Roosevelt. Seria o primeiro personagem recorrente, do primeiro estúdio especializado.


Era dourada (1928-1957)

Com a entrada de pesospesados como Walt Disney e a Warner Brothers, e o já estabelecido Max Fleischer, surgiram os grandes clássicos, ainda hoje reprisados. Passando no cinema, as animações demandavam um orçamento considerável.

➽ Steamboat Willie (1928)

Reprodução/ Disney

Após perder seu antigo ganha-pão, o coelho Oswald, o jovem Walt Disney funda seu próprio estúdio e cria um rato. Mickey já tinha atuado em dois desenhos, mas a primeira animação com trilha sonora sincronizada mudaria o jogo para Disney e todo o mercado. A partir de então, as animações da emrpesa se multiplicaram. A primeira superprodução animada, Branca de Neve e os Sete Anões, surgiria menos de 10 anos depois.

➽ Branca de Neve e os Sete Anões (1937)

Reprodução/ Disney

Era da economia (1957-1981)

Criadores de Tom e Jerry para os estúdios MGM, William Hannah e Joseph Barbera fizeram a primeira empresa especializada em televisão. A hoje obscura dupla de gato e cachorro, Jambo e Ruivão, protagonizaria seu primeiro desenho.

➽ Jambo e Ruivão (1957)

Reprodução / Hanna-Barbera

A televisão provocou um impacto brutal na qualidade dos desenhos. Era um monstro insaciável, exigindo episódios novos toda semana. A animação teve de ser limitada: menos quadros, repetição de cenas e até de roteiros e ideias. Fazendo tudo isso, os estúdios Hanna-Barbera dominaram o período.

Entre economizar muito e atirar para todos os lados, a HB teve alguns acertos inesquecíveis e deixou marcas notáveis na cultura pop, com produções famosas como Scooby-doo, Os Flinstones, Os Jetsons e Zé Colmeia.

➽ Scooby-doo (1969)

Reprodução/ Hanna-Barbera

Era do merchandise (1982-1986)

Em 1977, com Star Wars, George Lucas provou ao mundo que ingressos (ou audiência) podiam ser uma preocupação menor. Era nos brinquedos, lancheiras, cadernos que a real fábrica de dinheiro estava. Vários clássicos dos anos 80 eram basicamente anúncios de brinquedo animados.

➽ He-Man (1982)

Reprodução/Youtube

Após perder a chance de uma geração recusando-se a criar brinquedos para Star Wars, a Mattel correu atrás do prejuízo criando um personagem próprio. He-Man foi desenhado do zero para agradar as crianças. Ele consistia numa forma mais infantil de Conan, o Bárbaro.


Renascença (1987-2000)

Talvez termine registrada como a segunda Era de Ouro: animações ganharam de volta orçamento e qualidade. A Disney teve uma injeção de energia. O canal Cartoon Network reapresentava os clássicos o dia todo. A Warner tirou da gaveta e atualizou seus personagens, como Taz, Pernalonga e Patolino.

➽ As Novas Aventuras de Super Mouse (1987)

Reprodução/Disney

Criador de respeitados desenhos underground nos anos 60 e 70, Ralph Baskshi emprestou seu prestígio a uma série de TV que retomou o estilo do passado. A resposta da Disney, Duck Tales, sairia no mesmo ano. Isso marcaria o fim da longa decadência da Disney, que vinha desde os anos 60. Essa ascensão seria croada por A Pequena Sereia.

➽ A Pequena Sereia (1989)

Reprodução/Disney

➽Toy Story (1995)

Reprodução/Disney

O longa-metragem da Disney em parceria com a Pixar foi o primeiro filme 3D da história a fazer sucesso, lucrando mais de U$$ 300 milhões. O filme, que narra a vida de bonecos que ganham vida enquanto os humanos não estão por perto, representou uma inovação na história do cinema. 


Era digital (2001- )

É difícil determinar exatamente quando ou mesmo se a Renascença de fato acabou. Animações continuam a ter prestígio, mas aqui é uma questão de técnica: nada mais é desenhado à mão, tudo sai dos computadores. Animações hoje são em 3D, mais no cinema, ou em Adobe Flash, na TV.

➽ Shrek (2001)

Reprodução/ DreamWorks 

O enorme sucesso da primeira animação em 3D a apontar para o público adulto – mantendo a graça para as crianças – abriu caminho para a aceitação universal do novo formato.

➽ Hora da Aventura (2010)  

Reprodução/Cartoon network