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Curiosidades / Europa

Conheça métodos bizarros da Era Vitoriana para comprovar que alguém havia morrido

Na Europa e Estados Unidos do século 19, a verificação da morte era, no mínimo, estranha

André Nogueira Publicado em 06/01/2020, às 10h28

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Cuidado: você pode ser enterrado vivo! - Divulgação
Cuidado: você pode ser enterrado vivo! - Divulgação

Antes da medicina forense, eram muitas as formas de se analisar um cadáver para verificar sua morte. Mas no mundo ocidental do século 19, esse tipo de teste ocorria de maneiras esquisitas e até medonhas. Confira algumas delas.

Caixões de Segurança

Esse sistema de averiguação foi bastante popular durante muitas décadas. A lógica é simples: se alguém for enterrado vivo por acidente e acordar, estará disponível para ele um cordão conectado a um sino na superfície. Ao puxar a corda, a vítima toca o sino que alerta os trabalhadores do cemitério de que há alguém enterrado vivo.

Representação do caixão / Crédito: Divulgação

Porém, mais assustador até do que o enterramento vivo é o fato de que quando morto, o corpo humano incha a ponto de ser possível o movimento da corda e toque do sino. Havia a real possibilidade de o coveiro ser alertado pelo sino e desenterrar o caixão com um cadáver em decomposição.

Batimento nos dedos

Antigamente, uma das principais partes do corpo usadas para averiguar o batimento cardíaco era o dedo. Alguns acreditavam que segurar a ponta do dedo de um cadáver contra um bom ouvido poderia revelar batimentos bem fracos.

Segundo o Dicionário Biográfico Internacional dos Escritores de 1902, o vitoriano Dr. Collongues foi o responsável pela invenção de dois aparelhos que substituíam o teste do dedinho: o dinamoscópio, que media as vibrações de um corpo vivo, e o necroscópio, que identificava e declarava o óbito a partir dos pulmões, coração e cérebro.

Embora esses dois aparelhos não sejam mais utilizados, muitos declaram que Collongues foi pioneiro na detecção do batimento cardíaco para verificar a morte, e suas obras foram básicas para o surgimento de novas tecnologias afins.

Mortuários à espera

Uma forma sórdida de verificar a factualidade da morte eram os mortuários de espera, que criavam um espetáculo assustador.

No fim do 19, esses mortuários eram comuns na França e na Alemanha para dispor os corpos que poderiam se decompor. Os cadáveres eram vigiados em tempo integral pelos trabalhadores do necrotério, mas muitas construções abriram janelas para o público que estava do lado de fora.

Muitos acreditam que foi com esses Mortuários de Espera que se começou a tradição de trazer flores aos mortos, pois o perfume delas combatia o odor de necrose exalado no ambiente.

Primeiro necrotério de Nova York / Crédito: Reprodução

A língua

Além do dedo, muitos acreditavam que a língua era o segredo para verificar a morte. O Dr. Laborde, médico francês, acreditava que era possível utilizar substâncias estimulantes como suco de limão e vinagre, que reagiam com o tecido da língua.

Dr. Laborde era famoso por seus estudos sobre a relação entre língua e a morte, alegando ter sido capaz de reanimar uma mulher, supostamente morta puxando sua língua por horas. Porém, seu projeto de máquina puxadora de línguas nunca foi para frente.

Ao mesmo tempo, métodos de análise introduziam a noção de sistema circulatório para a verificação forense, causando dores musculares no corpo para verificar reações. Esse método foi testado várias vezes e de muitas maneiras, entre elas: aproximando uma vela acesa ao corpo, derramando água fervente, beliscando, amputando partes menores do corpo e arranhando folhas espinhentas sobre a pele.

Galvanismo

Esse método vitoriano foi o mais próximo que se chegou dos métodos atuais de confirmação mortuária.

Criado por Luigi Galvani, pioneiro dos estudos de bioeletricidade, o método se resumia em aplicar eletricidade em cadáveres (inicialmente animais) para relatar reações. Junto a sua esposa, Galvani foi precursor da noção de estímulos elétricos entre os músculos e os nervos, antecedendo a ideia do desfibrilador.

Luigi Galvani / Crédito: Wikimedia Commons

Galvani, anterior à Era Vitoriana, apontou soluções mais sofisticadas e precisas do que a própria medicina do século 19. Que foi usada por décadas de maneira muito menos capacitada, e mesmo assim mais difundida do que o galvanismo, que tinha poucos seguidores no fim do século.