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Curiosidades / Personagem

Humor de banheiro: Mozart tinha uma obsessão sórdida, que divide opiniões em pleno século 21

Correspondências do compositor revelaram um lado menos conhecido, onde tudo se resumia a glúteos e fezes

Paola Churchill Publicado em 10/03/2020, às 16h12

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Retrato póstumo de Mozart, feito em 1819 - Wikimedia Commons
Retrato póstumo de Mozart, feito em 1819 - Wikimedia Commons

Ao escutar o nome de Wolfgang Amadeus Mozart, a primeira coisa que vem à cabeça são suas composições como “Requiem” ou a “Flauta mágica”. Dificilmente ele seria associado a sua obsessão por cocô. Durante muito tempo, esse lado do artista não era divulgado e causava espanto ao ser conhecido. Muitos também duvidavam da veracidade da informação.

Alguns especialistas na vida dele acreditam que esse era um hábito comum, mas outros estudiosos do caso apontaram que essa obsessão de Mozart era resultado de uma patologia psicológica que ele apresentava.

Muito se foi discutido sobre uma possível Síndrome de Tourette, transtorno caracterizado por “tics” apresentados por quem a possui. A teoria logo foi descartada e criticada pela Associação Internacional da Síndrome de Tourette e por médicos especializados. Eles afirmavam que a doença não deveria ser associada a esse tipo de comportamento, que não consideravam característico da condição psicológica. 

Conhecido por ser uma figura peculiar, Mozart compunha desde os cinco anos. Naquela época, já chamava a atenção dos principais músicos do seu tempo, incluindo Joseph Haydin. Ele disse a Leopold Mozart, pai do compositor que “seu filho é o maior compositor que conheço (…). Ele tem gosto e, além disso, o maior conhecimento possível da ciência da composição”.

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Retrato de Marianne Thekla Mozart/ Créditos: Wikimedia Commons 

Foram encontradas correspondências destinadas a seus familiares e amigos que mostravam esse seu lado desconhecido até então. Estima-se que 39 mensagens contém alguma menção a seu fetiche. Em uma carta para sua prima Marianne Thekla Mozart, é possível conhecer um pouco mais sobre sua tendência a escatologia.

Ainda que fossem parentes, o amor dos dois surgiu durante os verões que passaram juntos em sua terra natal, Augsburg. Com o distanciamento, começaram a se comunicar através de cartas. As frases eram repletas de piadas de cocô, como frases como “Bem, desejo-lhe boa noite/ Mas primeiro cague na sua cama e faça explodir/ Durma profundamente, minha querida, na sua boca, sua bunda vai enfiar”.

A união dos dois foi logo cortada pelo pai da jovem, ao ver o conteúdo das extensas declarações do rapaz. Assim, ele proibiu a filha de vê-lo.

As cantigas seguindo essa temática existem entre seus famosos arranjos, porém essas são pouco conhecidas pelo público em geral. Entre elas, as que ganharam mais destaque são: Lamba-me bem e limpo (Leck mir den Arsch fein rein) e Lamba-me na bunda (Leck mich im Arsch). 

É possível que essas melodias fossem destinadas a seu grupo de amigos em momentos de divertimento. As cantigas lembram muito músicas tocadas no interior do país, em festas regadas a bebidas alcoólicas. 

Os motivos que levaria um dos maiores compositores da música clássica a disponibilizar essas composições tão grosseiras até hoje é um mistério. Contudo, muitos historiadores desse período afirmam que o humor escatológico era comum na Europa do século XVIII, e que não refletia nada mais que o seu dia a dia.

Nos anos 80, uma peça teatral chamada Amadeus foi lançada em Londres, contando mais sobre a rivalidade mortal entre Mozart e Salieri, a primeira ministra do Reino Unido Margaret Thatcher ficou imensamente ofendida com a proposta que era mostrada. Durante o enredo, a obsessão bizarra do compositor também foi retratada. 

A política não conseguia entender como o diretor do espetáculo pode ter se dado a “licença poética” de pôr palavrões na boca do famoso músico. "É inconcebível que um homem que escreveu essa música tão extraordinária e elegante pudesse ser assim desbocado", disse ela. Mesmo depois de receber as próprias cartas que mostram o comportamento egocêntrico do personagem, Thatcher continuou duvidando que aquilo poderia ser real.


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