Para ganhar dinheiro em uma sociedade que se recuperava da guerra, Beate Uhse decidiu transformar o prazer em um negócio lucrativo
Pamela Malva Publicado em 29/02/2020, às 14h00
Por séculos, as pessoas encontraram as mais diversas formas de produzir prazer. Há 28 mil anos, alguém decidiu criar um dildo para atingir os orgasmos. Milhares de anos mais tarde, em 1962, uma mulher decidiu transformar esse universo arrepiante em um negócio.
Beate Uhse acabara de ficar grávida e viúva, tudo de uma só vez. Ela estava sozinha e teve de encerrar sua carreira como pilota, devido ao bebê em sua barriga. Para ganhar dinheiro em uma sociedade que se recuperava da guerra, decidiu vender produtos de porta em porta.
Mas veja bem, Beate não vendia revistas ou CDs. A mulher oferecia brinquedos sexuais, conselhos sobre sexo e conhecimentos sobre métodos anticonceptivos. Carismática e dedicada, ela logo fez amizade com todas suas clientes e consumidoras.
Assim, em 1946, ela redigiu e distribuiu um guia matrimonial — e vendeu mais de 32 mil cópias! Sua fama começou a aumentar e ela viu que poderia fazer alguma coisa com todo o reconhecimento.
Então, em meados de 1960, durante a Revolução Sexual, Beate inaugurou o Instituto de Higiene Conjugal, a primeira sex shop do mundo. O nome, criado para driblar o mau julgamento cheio de tabus da época, parecia careta, mas pouco representava o interior do empreendimento. Logo, a loja virou uma referência no universo erótico.
Sua iniciativa estimulou o surgimento de outras sex shops por todo o mundo. Em 1990, por exemplo, países conservadores como a China e a Rússia legalizaram o novo modelo de comércio. Mais tarde, em 2001, a primeira loja sensual apareceu em Paris.
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