Orgulho americano, carroças grandes e Napoleão estão por trás disso
Redação Publicado em 09/08/2019, às 07h00
O Brasil adotou o sistema universal de direção – conhecido como mão francesa, com o volante à esquerda e o veículo trafegando do lado direito – por influência da indústria automobilística americana. Em 1919, a Ford montou, em um armazém de São Paulo, seu popular Ford T (6 anos depois, a Chevrolet também chegou ao país).
Seus carros já usavam a configuração francesa. Em 1792, os americanos assinaram a primeira lei determinando que os condutores deveriam trafegar pelo lado direito. No Brasil, a primeira lei surgiu em 1903, em São Paulo, então com uma frota de 25 carros. Só em 1968 o Código Nacional de Trânsito estabeleceria que “a circulação far-se-á pelo lado direito da via”.
Desde o Império Romano, a preferência de cavaleiros, soldados e cocheiros era andar pela esquerda. A mão direita ficava livre para empunhar a arma em caso de ataque. Os ingleses foram os primeiros a tornar o sistema obrigatório, em 1773 – é conhecido até hoje como mão inglesa. Os EUA teriam feito a inversão para reafirmar sua ruptura com a Inglaterra.
Outra explicação: no fim do século 17, a produção agrícola exigia carroças maiores, puxadas por mais cavalos. Com as rédeas na mão esquerda, os condutores ficavam mais à esquerda para chicotear as parelhas. Para ampliar seu campo de visão, usavam o lado direito da via. Até 1936, a maioria dos países ainda aplicava a mão inglesa. Hoje, 70% dos motoristas usam a mão francesa.
E Napoleão com isso?
Napoleão Bonaparte e a Revolução Francesa também são apontados como responsáveis por nosso jeito de dirigir. Canhoto, Napoleão teria ordenado a seus soldados que trafegassem pelo lado direito. Antes da Revolução, o costume da aristocracia francesa era usar o lado esquerdo das ruas, apertando os camponeses do lado direito. Depois da Queda da Bastilha, acharam mais prudente se misturar ao povo. Em 1794, trafegar pelo lado direito virou lei em Paris.
